Lula propõe a governador do MS comprar fazenda para indígenas Guarani-Kaiwoá
Indígenas vêm sofrendo com violência na região de Dourados (MS) em conflitos com fazendeiros motivado por discordância sobre demarcação de terras
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), uma solução para os conflitos entre fazendeiros e indígenas do povo Guarani Kaiowá, relacionado a demarcação de terras na região de Dourados (MS). Lula disse propôs que a União e o governo do estado comprassem um terreno na região para alocar os indígenas e pôr fim aos conflitos.
“Vamos comprar em sociedade uma terra para a gente salvar aqueles indígenas Guarani que vivem ali perto de Dourados na beira da estrada. Quero dizer que se você encontrar as terras para que a gente recupere a dignidade daquele povo, o governo federal será parceiro da comprar a terra, dar o cuidado necessário para que eles possam viver dignamente”, disse.
Enquanto Lula fazia o pedido, Eduardo Riedel se levantou da cadeira para aplaudir e cumprimentar o presidente da República pela iniciativa. No entanto, não disse se estaria de acordo com a proposta.
Geralmente, a demarcação de terras não leva em conta compras, mas sim se a área tem alguma relação, de fato, com a população indígena do local.
A fala do presidente foi feita durante um ato na planta da JBS, em Campo Grande, em comemoração à inauguração da exportação de carnes para a China. Os chineses certificaram 38 frigoríficos brasileiros, trâmite necessário para a exportação de carnes ao gigante asiático.
Além da exportação e produção de carnes, Lula também falou sobre a indústria automobilística, que nos últimos meses, também vem recebendo anúncios de investimentos de diversas empresas chinesas. Ele comparou o volume de vendas de carros do Brasil em 2010, quando saiu da presidência da República, com 2022, ano em que venceu as eleições presidenciais pela terceira vez.
"Ainda nesta quinta, o presidente vai a São Paulo para se reunir com representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) e de montadoras do setor automobilístico. Ele afirmou que as empresas vão anunciar investimentos de R$ 111 bilhões durante o evento na capital paulista.
“Em dezembro de 2010 esse país vendia 3,8 milhões de carros por ano. Quando voltei à presidência, esse país vendia 1,9 milhões de carros. A metade do que a gente vendia em 2010. Agora recuperamos para 2,3M e vamos chegar outra vez a 3,8M. Está acontecendo um milagre igual a este da JBS. A indústria automobilística que passou décadas sem anunciar investimentos no Brasil”, disse o presidente, mencionando ainda a importância dos “amigos chineses”.