Rússia usa 400 drones e 40 mísseis para responder ataque ucraniano; três pessoas morreram
Autoridades da Ucrânia relataram danos em vários distritos, e equipes de resgate foram acionadas em vários locais

Giovanna Tuneli
A Rússia lançou ataques de drones e mísseis a diversas regiões da Ucrânia, incluindo a capital, na manhã desta sexta-feira (6). De acordo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, três pessoas morreram e 49 ficaram feridas por causa dos bombardeios.
Zelensky afirmou que as tropas russas utilizaram mais de 400 drones e 40 mísseis no ataque noturno e que o número de mortes ainda pode aumentar. O bombardeio teve como alvo "quase toda" a Ucrânia, atingindo nove regiões, de Lviv, no oeste, a Sumy, no nordeste, segundo o líder ucraniano.
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O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que suas forças realizaram um grande ataque contra alvos militares na Ucrânia durante a noite, em resposta ao que chamou de "atos terroristas" ucranianos contra o território russo. O presidente russo, Vladimir Putin, não se pronunciou sobre a ofensiva até o momento.
Os ataques ocorreram após um aviso de Putin, transmitido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o país responderia às ofensivas ucranianas com drones no interior da Rússia que aconteceram, no domingo (1), e à destruição da ponte da Crimeia, na terça-feira (3).
As autoridades da Ucrânia relataram danos em vários distritos, e equipes de resgate foram acionadas em vários locais. Eles ainda pediram aos moradores que buscassem abrigo. O chefe de direitos humanos da Ucrânia, Dmytro Lubinets, pediu uma resposta internacional ao bombardeio, dizendo que a ação russa "violou direitos humanos básicos".
“A Rússia está agindo como terrorista, atacando sistematicamente a infraestrutura civil. O mundo precisa responder com clareza e tomar medidas concretas, incluindo a condenação das ações do agressor", escreveu Lubinets no Telegram.
O chefe da Administração da Cidade de Kiev, Tymur Tkachenko, também se pronunciou na mesma rede social dizendo: "Nossas equipes de defesa aérea estão fazendo todo o possível. Mas precisamos proteger uns aos outros – ficar em segurança". Em uma publicação no X, antigo Twitter, Zelensky pediu ajuda a outros países para pressionar a Rússia.
Ataques ucranianos
O Serviço de Segurança da Ucrânia atacou a ponte da Crimeia na madrugada desta terça-feira (3), utilizando explosivos subaquáticos. Imagens divulgadas pelo Ministério da Defesa da Ucrânia mostram o momento da detonação, que, segundo o governo, causou danos significativos aos pilares da estrutura.
De acordo com comunicado divulgado na plataforma X, foram utilizados 1.100 kg de explosivos no ataque. A ponte, segundo a nota, está em “estado de emergência”. Ainda conforme o ministério, a operação demandou meses de planejamento e execução.
As autoridades russas informaram que a ponte foi fechada para o transporte a partir das 15h (horário local), mas não forneceram mais detalhes sobre a situação no local.
No domingo (1º), um ataque destruiu mais de 40 aviões militares russos. A operação envolveu drones transportados em contêineres por caminhões para o interior do território russo. Os dispositivos teriam atingido 41 'bombardeiros' – aviões que carregam munições – estacionados em vários aeródromos russos, incluindo a base aérea de Belaya, na região russa de Irkutsk, a mais de 4.000 quilômetros da Ucrânia.
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Negociação de paz
Autoridades da Rússia e da Ucrânia encerraram a segunda rodada de negociações de paz na segunda-feira (2) em Istambul, na Turquia. Segundo o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, houve um acordo de troca de prisioneiros e devolução dos corpos de seis mil soldados de cada país, após pouco mais de uma hora de conversa.
As negociações retomadas não conseguiram chegar a um acordo de paz, nem a um cessar-fogo duradouro. O último encontro entre as delegações russa e ucraniana em Istambul, em meados de maio deste ano, foi o primeiro contato direto entre as duas partes desde 2022.
Um dos negociadores ucranianos, Sergiy Kyslytsya, afirmou, em coletiva de imprensa, que a Rússia rejeitou um cessar-fogo incondicional com a Ucrânia nas negociações. Com isso, as autoridades ucranianas propuseram uma terceira rodada de conversa entre os países até o final de junho.