Cúpulas de Buenos Aires: beleza arquitetônica faz parte da história da capital argentina
Estrutura está presente em várias partes da cidade e vem chamando a atenção de quem mora e visita a cidade.
Conhecida pela boa comida, pelo vinho e pelo tango, a capital argentina também tem outros atrativos: as cúpulas, telhados de formato arredondado que enfeitam alguns prédios históricos. Esse tipo de estrutura está presente em várias partes de Buenos Aires e vem chamando a atenção de quem mora e visita a cidade.
A cidade enche os olhos e espalha poesia em cada cantinho. Foi assim desde o começo. Os imigrantes que fundaram o país tentaram trazer um pouco da Europa para a capital argentina, uma herança que Buenos Aires nunca perdeu. A maioria dos prédios históricos que hoje dão um charme especial à cidade foi construída no início do século 20.
Na correria do centro da cidade, está escondida a Galeria Guemes, um lugar cheio de quiosques, mas que chama a atenção de quem olha para cima. E esse não é o principal atrativo. É preciso chegar ao topo e ainda ter paciência para subir uma escadinha de ferro estreita em formato de caracol.
A torre já foi o ponto mais alto de Buenos Aires e foi revitalizada para reviver os dias de glória da capital portenha. No local, o visitante tem uma vista de 360, consegue avistar todo o centro da cidade e, é claro, suas famosas cúpulas.
O gerente do arranha-céu diz que as cúpulas eram usadas como uma espécie de arremate em cada edifício para acentuar a beleza da construção.
Ao SBT, Pedro de Cunha, que veio de Goiânia, revela ser mais um que se apaixonou pela arquitetura. "Eu acho lindo. Porque é a arquitetura da cidade, né? Representa muito bem. A gente vê várias cúpulas e de outras formas, outras arquiteturas mais antigas da cidade”, conta.
De alguns ângulos, o Rio da Prata parece pairar acima de Buenos Aires. De outros, é como se o tempo não tivesse passado. Algumas são menores, ficam quase escondidas. Outras são impossíveis de passarem despercebidas. Ao todo, são mais de 300 cúpulas.
O guia de turismo Nicolás Ibañez diz que havia uma competição entre os endinheirados da época para ver quem chamava mais atenção com as construções. “É por isso que aqui todas as propriedades no centro de Buenos Aires têm cúpulas diferentes em estilo francês e italiano. Encontramos, por exemplo, a melhor cúpula na Avenida May, que era uma cúpula em estilo hindu”, afirma.
Estilo hindu, mas o arquiteto era italiano. Luigi Barolo, que desenhou o prédio, morreu um ano antes da inauguração e deu o nome ao Palácio Barolo.
Por dentro, ele tentou reproduzir o poema "A Divina Comédia", de Dante Alighieri. Na parte de baixo estão os círculos do inferno, com uma iluminação mais sombria. Os elevadores passam pelo purgatório e, quanto mais sobem, mais a luz aparece. As escadarias finais levam até o paraíso, uma torre cheia de pequenas sacadas que revelam pontos deslumbrantes da arquitetura portenha.