Câmara de Comércio dos EUA afirma que tarifaço contra Brasil pode atingir milhares de empresas americanas
Entidade defende negociação entre os governos e diz que medida pode encarecer produtos no país
Rafael Porfírio
A Câmara de Comércio dos Estados Unidos (U.S. Chamber of Commerce) e a Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham Brasil) divulgaram uma nota conjunta nesta terça-feira (15) pedindo uma movimentação rápida para evitar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O texto é enfático ao solicitar que os dois países se engajem em “negociações de alto nível” para evitar a adoção da medida.
“A imposição dessa medida como resposta a questões políticas mais amplas tem o potencial de causar danos graves a uma das relações econômicas mais importantes dos Estados Unidos, além de estabelecer um precedente preocupante.”
Alerta sobre os impactos
As entidades alertam que a tarifa pode atingir em cheio produtos essenciais às cadeias produtivas e aos consumidores norte-americanos, elevando os custos para as famílias e reduzindo a competitividade de setores estratégicos da indústria dos EUA.
O impacto seria direto em mais de 6.500 pequenas empresas norte-americanas que dependem de importações do Brasil, além de 3.900 companhias dos EUA com investimentos no território brasileiro.
+ Governo brasileiro quer agir rápido para tentar reverter tarifa de 50% anunciada por Trump
Segundo os dados da nota, o Brasil está entre os dez principais mercados de exportação dos Estados Unidos e é destino de cerca de US$ 60 bilhões por ano (R$ 333,6 bilhões) em bens e serviços norte-americanos.
“Uma relação comercial estável e produtiva entre as duas maiores economias das Américas beneficia consumidores, sustenta empregos e promove prosperidade em ambos os países.”
A U.S. Chamber of Commerce e a Amcham encerram o comunicado colocando-se à disposição para apoiar qualquer iniciativa de diálogo entre os governos:
“A U.S. Chamber e a Amcham Brasil seguem à disposição para apoiar iniciativas que favoreçam uma solução negociada, pragmática e construtiva — que evite a escalada da atual situação e garanta a continuidade de um comércio bilateral mutuamente vantajoso.”
+ "Brasil e EUA podem fazer melhor", afirma ministro da AGU em artigo no The New York Times
Leia a íntegra do comunicado
A U.S. Chamber e a Amcham Brasil solicitam aos governos dos Estados Unidos e do Brasil que se engajem em negociações de alto nível a fim de evitar a implementação da tarifa de 50%. A imposição dessa medida como resposta a questões políticas mais amplas tem o potencial de causar danos graves a uma das relações econômicas mais importantes dos Estados Unidos, além de estabelecer um precedente preocupante.
A tarifa proposta de 50% afetaria produtos essenciais às cadeias produtivas e aos consumidores norte-americanos, elevando os custos para as famílias e reduzindo a competitividade de setores produtivos estratégicos dos Estados Unidos.
Mais de 6.500 pequenas empresas nos Estados Unidos dependem de produtos importados do Brasil, enquanto 3.900 empresas norte-americanas têm investimentos naquele país. O Brasil está entre os dez principais mercados para exportações dos Estados Unidos e é destino, a cada ano, de cerca de US$ 60 bilhões em bens e serviços norte-americanos.
Uma relação comercial estável e produtiva entre as duas maiores economias das Américas beneficia consumidores, sustenta empregos e promove prosperidade em ambos os países. A U.S. Chamber e a Amcham Brasil seguem à disposição para apoiar iniciativas que favoreçam uma solução negociada, pragmática e construtiva — que evite a escalada da atual situação e garanta a continuidade de um comércio bilateral mutuamente vantajoso.
