Governo fixa limite de juros no rotativo do cartão de crédito em 100%
Em caso de atraso na fatura, os juros não poderão ultrapassar o dobro do valor da dívida
Luciano Teixeira
O Conselho Monetário Nacional (CMN) ratificou nesta quinta-feira (21) o novo limite de juros no rotativo do cartão de crédito, que marca o fim das taxas estratosféricas cobradas pelos bancos.
A regra entra em vigor em 3 de janeiro e, em caso de atraso na fatura, os juros não poderão ultrapassar o dobro do valor da dívida, ou seja, 100%, no máximo.
Milhões de brasileiros estão enrolados em dívidas no cartão de crédito porque não quitam a parcela no dia do vencimento. Atualmente, quando isso ocorre, são levadas ao crédito rotativo com juros que, muitas vezes, são de até 433%.
"Isso não vai poder exceder 100%. Então, se ela tem uma dívida de R$ 1 mil, independentemente do juro mensal, bateu em 100%, ele para ali. Ele não vai aumentar para além do valor original da dívida", afirma o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Uma outra mudança que pode afetar os consumidores é o parcelamento sem juros do cartão de crédito. Os bancos pedem o fim dessa prática no país ou a limitação a no máximo 12 prestações. As instituições financeiras argumentam que o parcelamento a perder de vista é uma das causas da inadimplência.
As entidades do comércio são contra impôr um limite. "Essa disponibilidade é fundamental para o consumidor e para o comércio, é simples vender, é simples parcelar, e é essa a defesa que fazemos. Os bancos querem impedir esse parcelamento direto no cartão de crédito para que você se submeta a buscar esse crédito com eles, que é mais caro e burocrático", afirma Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).