Neuralink quer implantar chip no cérebro de um novo paciente
Empresa de neurociência de Elon Musk tem meta de inserir a tecnologia em 10 pessoas neste ano. Cadastro de interessados passa dos mil tetraplégicos
A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, equivalente à Anvisa no Brasil) autorizou que a Neuralink, empresa de neurociência de Elon Musk, realizasse o implante de chip cerebral em uma segunda pessoa.
A aprovação aconteceu após a FDA concordar com as correções propostas pela empresa para um problema identificado no paciente Nolan Arbaugh, o primeiro a ser implantado pela Neuralink.
Segundo o jornal Wall Street Journal, entre as correções estão a inserção mais profunda de alguns fios ultrafinos do dispositivo no cérebro do paciente.
O que é o chip cerebral?
O implante N1 é do tamanho de uma moeda de US$ 0,25, contém uma parte eletrônica e uma bateria, com 64 fios mais finos que um fio de cabelo humano.
Os fios ultrafinos deste dispositivo são inseridos no córtex motor do cérebro, para que assim aconteça a transmissão dos sinais neurais.
Ou seja, a interação entre computador e homem, provocando uma troca de dados.
Primeiro implantado
Nolan Arbaugh teve o chip N1 implantado em janeiro deste ano. Ele tem enfrentado altos e baixos com a tecnologia cerebral.
Logo após a inserção do chip, Arbaugh, que é tetraplégico e não tem movimento abaixo dos ombros desde 2017, conseguiu controlar um cursor na tela de um computador usando seu pensamento, se comunicou com amigos, jogou e interagiu.
Atividades simples que, para uma pessoa nestas condições, se tornam uma libertação.
Em fevereiro, ele percebeu que o dispositivo estava falhando; a maior parte dos fios se soltou do cérebro, ficando conectados apenas 15%, e deixou de fazer a leitura dos sinais elétricos que leem os pensamentos e integram o humano com a máquina.
O N1 passou por uma reprogramação para contornar o problema, e parte das funções foram recuperadas.
Em busca do paciente número 2
Com a autorização da FDA, a Neuralink já busca um segundo participante para realizar a cirurgia em junho.
Segundo a empresa, mais de mil tetraplégicos se inscreveram para participar do estudo. Menos de 100 estão qualificados para participar dos testes com os implantes.
Até o final deste ano, a Neuralink espera implantar o N1 em 10 pessoas e produzir vários receptores para estudar comportamentos.
No entanto, segundo uma fonte ouvida pela Dow Jones, a grande dificuldade da empresa de Musk é encontrar diversidade entre os pacientes, já que a maioria dos inscritos são homens brancos.
A empresa deve enviar pedidos aos órgãos reguladores de saúde do Canadá e do Reino Unido para expandir seus testes com o N1 nesses países.