Funcionários da OpenAI são proibidos de falar sobre os riscos da inteligência artificial
Denúncia de sete páginas foi encaminhada para a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA
A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) recebeu uma denúncia dos funcionários da OpenAI acusando a empresa de proibir equipes internas de alertarem o público sobre os riscos potenciais da inteligência artificial.
A denúncia foi confirmada no sábado (13), no jornal The Washington Post, que teve acesso à carta de sete páginas que pede a investigação da autoridade em relação às práticas irregulares da OpenAI.
“A ação da SEC aqui é talvez a melhor maneira para que o desenvolvimento desta indústria, que está evoluindo rapidamente e é importante, prossiga de maneira segura e transparente”, relata o documento enviado à SEC.
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Entre as denúncias estão a inserção de cláusulas contratuais ilegais, como a proibição de todos os funcionários falarem com órgãos federais reguladores.
“Este pedido de investigação é totalmente apoiado pelos documentos fornecidos à SEC pelos denunciantes. Os acordos anexados à reclamação da SEC apoiam a conclusão de que o uso dos NDAs (acordo de confidencialidade) apresentados pela OpenAI violou vários precedentes da SEC”, relata o trecho da carta-denúncia datada de 1º de julho.
+ Confira a íntegra da carta-denúncia obtida pelo The Washington Post (em inglês)
OpenAI se defende
O porta-voz da OpenAI disse que todas as normas de confidencialidade nos contratos garantem a segurança de funcionários, assim como a proteção das propriedades intelectuais desenvolvidas pela empresa.
“Nossa política de denunciantes protege os direitos dos funcionários de fazerem divulgações protegidas. Além disso, acreditamos que o debate rigoroso sobre essa tecnologia é essencial e já fizemos mudanças importantes em nosso processo de desligamento para remover termos de não difamação”, afirmou Hannah Wong, porta-voz da OpenAI.
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