Cientista brasileiro pode ter descoberto novo planeta no Sistema Solar
Possível planeta estaria localizado em área conhecida por Cinturão de Kuiper
Iasmin Costa
Um estudo liderado pelo pesquisador brasileiro Patryk Sofia Lykawka, da Universidade Kindai, do Japão, levanta a hipótese da existência de um novo planeta no Sistema Solar. O estudo também é assinado pelo pesquisador japonês, Takashi Ito, do Observatório Astronômico Nacional do Japão.
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A pesquisa foi publicada na revista ‘The Astronomical Journal’ e descreve matematicamente, a possibilidade de um novo planeta na região chamada de Cinturão de Kuiper, uma área localizada depois de Netuno, o último planeta do sistema solar. Esta região concentra asteróides, rochas geladas e planetas anões, entre eles, Plutão.
“Baseados em extensas simulações do Sistema Solar externo, incluindo um hipotético planeta com massas semelhantes ao da Terra (testei também várias órbitas para o planeta), obtive resultados que poderiam explicar as propriedades orbitais das populações do Cinturão de Kuiper distante. Isso sugere um papel vital desempenhado pelo planeta na formação do Cinturão de Kuiper”, explicou Patryk, em entrevista a Unisinos — universidade do Rio Grande do Sul na qual ele se formou em física e em matemática antes de se mudar para o Japão.
Patryk analisa em sua hipótese que este planeta deve ter o tamanho de até 3 Terras em até 800 unidades astronômicas (UA).
“Este estudo prevê a existência de um planeta com massa de aproximadamente 1,5 a 3 Terras no sistema solar externo distante, situado além de 200 unidades astronômicas. Há três órbitas possíveis para o planeta, de aproximadas: 200 a 300 unidades astronômicas, 200 a 500 unidades astronômicas e 200 a 800 unidades astronômicas, mas os melhores resultados favorecem as duas últimas órbitas”, conta na entrevista à Universidade.
Cada unidade corresponde à distância média entre o Sol e a Terra, cerca de 150 milhões de quilômetros. O planeta ainda não foi avistado. Para a sequência da pesquisa, Patryk pretende realizar novas simulações para aprimorar os resultados.
“Assim, a massa e a órbita do planeta hipotético poderiam ser ainda mais refinadas. Além disso, gostaria de tentar descobrir o planeta e as novas populações de objetos transnetunianos previstos por meio de colaboração em programas de observações”, diz.
+ Confira o estudo publicado (em inglês)
O planeta hipotético estaria numa órbita tão distante que, mesmo possuindo uma massa parecida com a da Terra, só poderia ser observado usando telescópios de grande porte.
A expectativa é de que a confirmação da existência do novo planeta seja feita futuramente pelo Observatório Vera Rubin, que está sendo construído no Chile e contará com a maior câmera digital do mundo.