Após seis meses, Voyager 1 volta a se comunicar com a Nasa
Sonda de exploração científica foi lançada em 1977 e está há 46 anos voando pelo espaço profundo
A sonda espacial Voyager 1, que está voando pelo espaço profundo desde o seu lançamento, em 1977, voltou a se comunicar com os cientistas da Nasa. Assim como sua espaçonave gêmea, Voyager 2, continua ativa atravessando e explorando o universo há 47 anos.
Segundo a agência espacial dos Estados Unidos, a espaçonave retornou os dados científicos de dois dos seus quatro instrumentos pela primeira vez desde que um problema de computador afetou a sonda.
"As equipes de instrumentos científicos da missão agora estão determinando etapas para recalibrar os dois instrumentos restantes, o que provavelmente ocorrerá nas próximas semanas", relatou a Nasa.
A recuperação da sonda, que está há mais de 24 bilhões de quilômetros de distância do planeta Terra, é um marco na restauração das operações de uma espaçonave a uma longa distância.
Para entender o contexto, a luz tem a velocidade de 300 mil km por segundo. Com a distância atual da Voyager 1 à Terra, a luz levaria 22 horas e meia para chegar à sonda, mais 22 horas e meia para o sinal voltar à Terra.
Logo, a equipe de cientistas demorou cerca de dois dias para estabelecer uma comunicação bem-sucedida com a sonda espacial.
"Como parte do esforço para restaurar a Voyager 1 às operações normais, a missão continua o trabalho no subsistema de raios cósmicos e no instrumento de partículas carregadas de baixa energia", segundo a nota da agência espacial publicada no dia 22 de maio.
A falha da Voyager 1 aconteceu devido a uma pequena porção de memória corrompida no subsistema de dados de voo, um dos três computadores da sonda.
Este sistema tem a função de empacotar (organizar) os dados dos instrumentos científicos, assim como dados de engenharia sobre o status da espaçonave, antes que essas informações sejam enviadas à Terra.
Desbravando o espaço há 47 anos
As sondas Voyager 1 e Voyager 2 estão há 47 anos em operações contínuas pelo espaço e ambas são as espaçonaves mais longevas em operação da Nasa.
Além disso, os equipamentos fazem parte da primeira e única missão a explorar fora da heliosfera.
A heliosfera é uma área do espaço em forma de bolha, criada pelo vento solar, que vai além da órbita de Plutão e funciona como um escudo protetor para o sistema solar, desviando a radiação cósmica vinda do espaço interestelar.