Publicidade

Saiba como funciona o "Jogo do Tigrinho", que enganou várias vítimas na internet

Caça-níquel online irregular prometia prêmios em dinheiro, que nunca foram pagos; influenciadores foram presos pelo golpe

Saiba como funciona o "Jogo do Tigrinho", que enganou várias vítimas na internet
policia acaba com esquema de caça-niquel e rifa irregular
Publicidade

Um grupo de influenciadores foi preso pela Polícia Civil do Paraná por formação de quadrilha. Eles ostentavam luxo nas redes sociais enquanto faziam propagandas do "Jogo do Tigre" ou "Jogo do Tigrinho", um jogo de azar que viralizou prometendo ganhos em dinheiro que nunca eram pagos. Estima-se que o golpe movimentou R$ 12 milhões em seis meses.

+ Leia as últimas notícias de Tecnologia

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

O jogo é conhecido originalmente como Fortune Tiger, um aplicativo nativo na internet, no formato caça-níqueis eletrônico. O aliciado faz apostas para tentar acertar uma sequência exata de figuras, para ter a chance de ganhar prêmios. Porém, tudo era uma mentira para conseguir roubar valores dos apostadores.

A reportagem do SBT News fez uma rápida pesquisa nas redes sociais, como o Instagram, e encontrou mais de 4 mil citações do jogo. Havia dezenas de imagens do jogo e vídeos com falsos vencedores exibindo carros de luxo, bebidas caras, mansões e dinheiro.

Em um dos vídeos, um influenciador dizia que era ex-motoboy e tinha comprado um carro de R$ 1 milhão. Diariamente, vídeos nas redes sociais mostravam pessoas que supostamente haviam ficado ricas devido ao jogo online.

A quadrilha chegou a fazer uma ação em um posto de gasolina de Curitiba, capital paranaense, em que ofertaram R$ 8 mil reais em gasolina para motoboys. Essa alçai e a ostentação constante nas redes despertaram a atenção da polícia paranaense, que efetuou as prisões no dia 19 de novembro.

Segundo as investigações da Polícia Civil do Paraná, esses vencedores que se exibiam nas redes eram influenciadores que faziam parte do esquema para atrair novos participantes do jogo online.

Os quatro influenciadores chegavam a receber entre R$ 5 mil e R$ 15 mil para cada campanha. Eles forneciam dicas do jogo, faziam promoções e rifas para aliciar outros participantes. A cada participante conquistado, ganhavam valores adicionais.

Durante a ação, seis mandados de busca foram executados e carros e motos de luxo foram apreendidos. Além disso, os agentes encontraram US$ 3,2 mil dólares, R$ 700 reais, seis celulares e duas armas de fogo.

As investigações aconteceram de forma conjunta entre a Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor e a Delegacia de Estelionatos da Polícia Civil do Paraná.

Jogo estimulava usuários a apostar com promessa de prêmios com grandes valores. Prêmios nunca eram pagos às vítimas | Reprodução
Jogo estimulava usuários a apostar com promessa de prêmios com grandes valores. Prêmios nunca eram pagos às vítimas | Reprodução

Os influenciadores que divulgavam o jogo forneciam um link para os usuários serem redirecionados para o "Jogo do Tigrinho". A investigação apontou que eles davam dinheiro para estes "convidados", para estimular a participação de novas vítimas.

"Após a divulgação e ingresso da vítima no site, eles ficavam com um percentual das apostas e, consequentemente, aumentavam o número de seguidores nas redes sociais. A engenharia social utilizada pelos criminosos funciona como o caça-níquel, pois a possibilidade de a vítima ganhar é pequena, explica o delegado Adriano Chofi.

Os grupo também realizava rifas em perfis de redes sociais de carros e valores em dinheiro.

"Na ocasião, as vítimas depositavam valores em troca da participação nos sorteios onde os indivíduos não entregavam os prêmios", argumenta o delegado Tiago Dantas.

Agora, os presos são investigados por crime contra a economia popular, associação criminosa, exploração de loteria sem autorização legal e lavagem de dinheiro.

Mais de 4 mil publicações sobre o jogo foi localizado no Instagram | Reprodução
Mais de 4 mil publicações sobre o jogo foi localizado no Instagram | Reprodução

Perguntado sobre a existência das contas nas redes sociais que ainda estimulam a prática do jogo, a Polícia Civil declara que continua investigando o caso e que mais detalhes não serão fornecidos no momento.

"A PCPR segue investigando o caso e realizando diligências a fim de coibir este tipo de ação. Mais detalhes não serão fornecidos no momento para não atrapalhar o andamento das investigações"

A Meta, dona da rede social Instagram, também foi procurada e ainda não se manifestou sobre o assunto e, caso se manifeste, a resposta será atualizada na reportagem.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

sbt
sbtnews
portalnews
noticias
tecnologia
policia
crime
policia-civil
brasil
parana
golpe
caca-niquel
jogo
azar
jogo de azar
influenciadores
vitimas
rifas
carros
ostentacao
jogo online
online
game
instagram
meta
jogo-do-tigrinho
tigre
fortune tiger

Últimas notícias

COP29: Texto do Brasil sobre clima tem como base relatórios da ONU, mas é criticado por organizações

COP29: Texto do Brasil sobre clima tem como base relatórios da ONU, mas é criticado por organizações

Cruzamento de documentos mostra alinhamento brasileiro na questão climática; ausência de prazos, entretanto, é mal avaliada
MP desarticula facção que movimentou 32 milhões dentro de presídio

MP desarticula facção que movimentou 32 milhões dentro de presídio

Ações do grupo envolviam agiotagem, venda de drogas e lavagem de dinheiro. Na operação, 19 pessoas foram presas
MP junto ao TCU pede suspensão dos salários de 25 militares indiciados por plano de golpe

MP junto ao TCU pede suspensão dos salários de 25 militares indiciados por plano de golpe

Um dos maiores rendimentos é do general da reserva Braga Netto, ex-vice na chapa de Bolsonaro: R$ 35 mil
Criminosos se vestem de agentes da Polícia Federal para roubar mansão no Morumbi

Criminosos se vestem de agentes da Polícia Federal para roubar mansão no Morumbi

Bandidos invadiram a residência, mantiveram quatro mulheres como reféns e fugiram com joias. Até o momento, ninguém foi preso
Procuradoria prevê denunciar Bolsonaro apenas em 2025

Procuradoria prevê denunciar Bolsonaro apenas em 2025

Indiciado por tentativa de golpe e organização criminosa, ex-presidente é alvo de outros dois inquéritos; penas podem chegar a 68 anos de prisão
"Ainda Estou Aqui": livro que inspirou filme é o mais vendido do país

"Ainda Estou Aqui": livro que inspirou filme é o mais vendido do país

Obra lançada em 2015 viralizou após estreia nos cinemas brasileiros; mais de 1 milhão de pessoas já assistiram a adaptação
Kendrick Lamar, rapper indicado ao Grammy, lança novo álbum de surpresa

Kendrick Lamar, rapper indicado ao Grammy, lança novo álbum de surpresa

Lançamento pegou os fãs de surpresa. Uma das músicas em destaque é "Squabble Up", que aborda a rivalidade entre Lamar e o rapper Drake
 Padilha diz que inquérito do golpe isola ainda mais aliados de Bolsonaro

Padilha diz que inquérito do golpe isola ainda mais aliados de Bolsonaro

O ministro das Relações Institucionais criticou Tarcísio de Freitas por "puxar a fila" da defesa de Bolsonaro: "Apequena o papel do governo de São Paulo"
Ministério Público tem 5 dias para se pronunciar sobre caso que investiga Gusttavo Lima e Deolane

Ministério Público tem 5 dias para se pronunciar sobre caso que investiga Gusttavo Lima e Deolane

Famosos foram investigados em suposto esquema de lavagem de dinheiro vinculado a jogos ilegais. MP decide se denuncia, arquiva ou pede novas diligências
Esmeralda Bahia: EUA vão repatriar ao Brasil pedra de R$ 2 bilhões retirada ilegalmente

Esmeralda Bahia: EUA vão repatriar ao Brasil pedra de R$ 2 bilhões retirada ilegalmente

Considerado um espécime mineral raro, a esmeralda de quase 380 kg será integrada ao Museu Geológico Brasileiro
Publicidade
Publicidade