Vídeo: Homem é amarrado e colocado dentro de viatura em abordagem policial
Ele teve os pés e mãos presos por uma corda. Ouvidoria da PM disse que ação utilizou "métodos análogos à tortura da ditadura militar"
Um homem negro foi amarrado e colocado dentro do porta-malas de uma viatura por policiais militares, nesta 5ª feira (30.nov), na Rua Santo Amaro, região central de São Paulo. Em vídeo que registrou o momento, é possível ver o rapaz gritando durante a abordagem policial, com as mãos e os pés presos por uma corda.
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Durante abordagem policial, agentes da PM de São Paulo amarraram as mãos e os pés de um homem em situação de rua. O fato ocorreu na tarde de hoje (30), no bairro da Bela Vista, Centro. Segundo testemunhas, o homem teria reagido após uma mulher o chamar de 'macaco'.
? Mídia NINJA (@MidiaNINJA) November 30, 2023
O homem, que? pic.twitter.com/Iog1r8CItA
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o rapaz é suspeito de importunação sexual e atirou uma pedra contra uma mulher, quando acabou quebrando o vidro da viatura. Ainda de acordo com a SSP, ele ameaçou os policiais e foi "contido para preservar sua integridade física e das demais pessoas".
O caso foi registrado na 1ª Delegacia da Mulher como lesão corporal, ameaça, resistência, dano e desacato.
Em nota, a Ouvidoria da Polícia Militar repudiou o ato e afirmou que a abordagem utilizou "métodos análogos à tortura da ditadura militar".
"A repetição de atos de barbárie com métodos análogos à tortura da ditadura militar, para coibir uma discussão de rua, com ofensas de cunho racista ao homem, são perceptíveis nos vídeos e fotos recebidos e que instruirão o procedimento e serão encaminhados à Corregedoria da Polícia Militar, para as apurações e medidas correcionais cabíveis."
Além disso, comparou a abordagem com o caso de um homem de 32 anos, também negro e amarrado por uma corda, suspeito de ter furtado alimentos de um mercado na Vila Mariana, em São Paulo, no início de junho deste ano.
Segundo a Ouvidoria, na época, a Polícia Militar disse que "a conduta dos policiais não foi compatível com o treinamento e valores da instituição".