Influenciadoras acusadas de racismo prestam novo depoimento no Rio
Elas respondem por dar uma banana e um macaco de pelúcia a duas crianças negras

Liane Borges
Duas influenciadoras, mãe e filha, prestaram novo depoimento por quase quatro horas, nesta 5ª feira (22.jun), pela acusação de racismo contra duas crianças negras no Rio de Janeiro, em vídeos publicados na internet. Desta vez, elas responderam por coagir a mãe de uma das garotas que aparecem nos vídeos. Segundo a Polícia, as mulheres praticam racismo recreativo, ou seja, usam a cor da vítima para fazer piada.
Mais dois casos são investigados na cidade.
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Um deles ocorrido na portaria de um teatro, no Leblon, na Zona Sul. Uma funcionária disse que sofreu racismo por uma mulher, que teria dito que se dependesse dela, colocaria todos os negros em um navio de volta para a África. A acusada prestou depoimento e negou o crime.
O outro ocorreu em Piedade, na Zona Norte do Rio, onde dois jovens foram vítimas de racismo dentro de um supermercado. "Ruim demais, não queria que isso acontecesse com ninguém. Isso aí não sai da minha cabeça de jeito nenhum, penso nisso toda hora", disse estudante Bruno Monteiro, uma das vítimas.
Todos os estados brasileiros registraram aumento no número de denúncias por racismo neste ano. Até o dia 19 de junho, foram mais de quatro mil denúncias, segundo o Ministério de Direitos Humanos. Apenas os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, concentram a metade dos casos.
Em instâncias oficiais, o número também cresceu. Segundo a CGU (Controladoria Geral da União), o aumento das denúncias de racismo ou injúria racil em órgãos públicos foi de 94% em relação ao mesmo período do ano passado, ou seja, de janeiro até maio.
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