Mortes por bala perdida aumentam 73% no Rio de Janeiro
Só neste ano, foram 24 vítimas; uma delas foi de um adolescente de 13 anos, atingido dentro de casa

Liane Borges
Dados da plataforma Fogo Cruzado revelam um aumento de 73% no número de mortes por bala perdida, no Rio de Janeiro, em relação ao mesmo período do ano passado.
Entre janeiro e maio deste ano, 24 pessoas morreram e 71 foram atingidas por disparos, na região metropolitana do estado. Em 2022, foram registradas 7 vítimas e 34 feridos.
Uma das vítimas mais recentes da violência na região foi o jovem Arthur Moreira, de apenas 13 anos. Ele morreu na tarde da última 6ª feira (05.mai), após ser baleado dentro de casa, na comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio.
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"Meu amigo, meu companheiro. Ele era carinhoso, gostava de abraçar, de beijar, fazer amizade. E todo lugar que ele ia, ele era bem visto. As pessoas gostavam de estar perto dele. Eu não tenho o que falar do meu filho, só tenho que agradecer a Deus por ter dado ele de presente para mim, porque o Arthur foi um presente para mim", desabafa Aline Gonçalves, mãe do adolescente.
O pai de Arthur conta que havia acabado de buscar o filho na escola e, quando entrou no quarto para trocar de roupa, foi atingido no pescoço. O jovem chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu.
"Falei: 'filho, vou botar seu almoço'. Ele: 'não, pai. Vai comendo rapidinho que o senhor vai ter que voltar para o trabalho. Daqui a pouco, eu coloco a minha'. Foi para o quarto trocar de roupa e já voltou sangrando do quarto dele", lembra José Henrique Pereira, pai do garoto.
A polícia civil investiga de onde partiu o disparo que atingiu o adolescente. A comunidade onde a família vive é dominada pela mílicia. Já segundo a Polícia Militar, não houve confronto envolvendo agentes na região.
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