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Economia

Bolsa de valores fica atrás da inflação e até da poupança no ano

Ibovespa teve alta acumulada de 4,69% no ano; a poupança subiu 7,9% e a inflação pelo IPCA chegou a 5,9%

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O principal índice de movimento em bolsa no Brasil, o Ibovespa, encerrou 2022 com uma alta acumulada de 4,69%. Desempenho abaixo da inflação acumulada até novembro, que ficou em 5,9%. 

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Até o investimento que faz muitos analistas torcerem o nariz, a caderneta de poupança, bateu a bolsa com folga. Alta de 7,9%. O último pregão de dois mil e vinte e dois, nesta quinta-feira (29.dez), não foi exatamente de comemoração. Por causa do fim do ano, a semana antes da chegada de 2023 foi marcada pelo baixo volume financeiro - leia-se movimento abaixo do normal. Ao final de dezembro, a bolsa desceu dos 110 mil pontos (109.734). Fatores a jogar contra o desempenho da renda variável não faltaram. O ano foi marcado por guerra, novos lockdows na China, pressão inflacionária e alta das taxas de juros globais. As eleições presidenciais no Brasil também não ajudaram, por conta da turbulência e da tensão decorrentes das campanhas eleitorais.

Os especialistas não escondem que a política teve enorme importância no vaivém dos índices. As medidas econômicas anunciadas tanto por Bolsonaro e os acenos sobre o que será a política econômica do governo Lula impactaram os investidores. "De um lado você teve a PEC Kamikaze, que foi um problema, tem gente que considera quase um crime eleitoral, a mudança que foi feita, da forma que foi feita, e o impacto fiscal. E depois a PEC da Transição que aumentou um rombo aí. (corta) isso tem um preço, um custo, e o mercado cobra isso", analisa André Cesar Pereira, cientista político.

Sobe e desce

Na bolsa de São Paulo, a maior alta foi no início de abril: o Ibovespa ultrapassou os 120 mil pontos. Motivo: entrada forte de capital estrangeiro em decorrência da guerra na Ucrânia. A alta das commodities no mundo também deu forte impulso ao índice. Já a maior queda foi em julho, quando a bolsa ficou abaixo dos 100 mil pontos. Nesse momento, segundo especialistas, havia incerteza por conta das eleições e consequente pressão sobre o cenário financeiro. 

"Você teve um país completamente numa cizânia entre dois pólos que não sabia quem iria ganhar: Tanto quem está saindo do governo como quem está entrando no governo prometeu que ia aumentar os gastos fiscais. Ao aumentar isso daí, existe uma migração da Bolsa para títulos públicos." - Roberto Dumas, estrategista-chefe do Voiter Banco de Investimentos

Com o dólar, o sobe e desce foi parecido. Começou o ano, já no início de janeiro, cotado a R$ 5,72, quando a guerra entre a Rússia e a Ucrânia era apenas uma ameaça à geopolítica internacional, mas já causava ansiedade no mercado financeiro nacional. 

Terminou o ano próximo dos R$ 5,27. Bateu R$ 4,61 no início de abril, com a entrada de investimento estrangeiro. Na mesma época em que a Bolsa disparou. Um movimento de "gangorra" que é, em  boa medida, considerado o mais natural: alta na bolsa, queda do dólar e vice-versa. No fechamento de 2022, a moeda americana gira ao redor de R$ 5,27. Os investidores seguem de olho nas taxas de juros internacionais -- Estados Unidos que o digam -- em patamar elevado por preocupação ainda com a inflação global. O Brasil, que iniciou o ciclo de aperto monetário mais cedo, ainda tem uma Selic intensa de 13,75%, mas com os analistas atentos para quando terá validade alguma sinalização, pelo Banco Central, de quando começa o corte nos juros, já que, por ora, as altas cessaram. O dólar fecha o ano com desvalorização de 5,32% versus o real. E mesmo com atividade decepcionante para os investidores, o Ibovespa ganhou das principais bolsas mundo afora.  Nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 8,58%; o S&P500 quase vinte por cento (= 19,24%) e o Nasdaq em queda de mais de trinta por cento ( =33,03%). O japonês Nikkei desceu dez por cento ( 9,37%) e na Europa o DAX da Alemanha derreteu 11,41%. É o mundo prevendo um Ano Novo...difícil. " Os bancos centrais mundiais estão subindo juros. Isso fez com que as bolsas no mundo inteiro desacelerassem porque a expectativa sobre crescimento economico, sobre resultado das empresas, piorou substancialmente", sentencia Alexandre Chaia, economista do Insper.  A conferir.

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