Produtores do Mato Grosso estão preocupados com aumento do preço dos insumos
O custo para produzir cada hectare nesta safra é, em média, 60% maior do que na safra anterior

Leandro Trindade
Produtores de soja de Mato Grosso estão preocupados com o aumento de preço dos insumos. De acordo com os trabalhadores, a margem de lucro está cada dia menor.
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"Seo" Gilberto acompanha de perto o plantio da soja na fazenda de 1.100 hectares em Sinop, a 500 km de Cuiabá, monitoramento reforçado para diminuir possíveis perdas. Os produtores tiveram que refazer os cálculos devido ao aumento de custos.
"Aumentou demais, desde o óleo diesel, adubo, sementes, frete, tudo, porque é uma corrente", afirma Gilberto Baldissera, produtor rural.
O óleo diesel, que movimenta as máquinas, teve um reajuste no valor do litro de 57% entre uma safra e outra, mas o grande vilão deste ano são os fertilizantes, compostos químicos aplicados no solo para aumentar a quantidade de nutrientes e que são importados da Rússia. A guerra com a Ucrânia fez o estoque diminuir e os preços dispararem.
"A gente andou comprando adubo fora do preço normal, até por que poderia ficar sem, estava muito caro, mas não dava pra ficar sem, isso impacta muito", diz Gilberto.
No Mato Grosso, são quase 12 milhões de hectares dedicados ao cultivo do grão, e segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), mais de 40% da área já foi semeada. Enquanto as máquinas avançam nas lavouras, os especialistas concluíram um cálculo importante e preocupante. O custo para produzir cada hectare nesta safra é, em média, 60% maior do que na safra anterior.
O aumento dos custos deste ano é o maior já registrado no estado de Mato Grosso, principal produtor de soja no Brasil. Hoje, a expectativa de produtividade é de 58 sacas por hectare. Destes, 42 seriam apenas para o custeio.
"Essa é uma das safras mais desafiadoras para os produtores, apesar dele ter um preço atrativo, a gente também tem um custo bastante significativo e a gente está falando com muita coisa em aberto. Uma coisa ele já sabe, ele tem um custo mais elevado da série histórica", afirma Cleiton Gauer, superintendente do Imea-MT.
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