Marinheiro sabia que jovem baleada em motel era menor de idade, diz amiga
Adolescente de 14 anos, que estava no quarto com a vítima e os militares, contou sobre o dia do crime

SBT Brasil
A adolescente de 14 anos, que estava no quarto de motel onde uma jovem de 15 anos foi baleada na boca por um marinheiro, revelou que o militar e o amigo dele sabiam que as duas amigas eram menores de idade. O crime aconteceu no último sábado (23.abr), na cidade de Vigia, no interior do Pará.
A amiga da vítima afirma que o oficial da Marinha Brasileira, Gabriel Norberto de Almeida Lobo, de 25 anos, brincou com a arma do colega, que também é militar, mesmo sabendo que o revólver tinha munição. "A gente estava tudo no claro. Ele pegou a arma, mirou no rosto da minha amiga, eu vi. Eu só vi ele mirando. A gente não estava bebendo com ele desde cedo nada. Não estava nada, só eles que estavam. E eles sabiam que a gente era de menor, sim", diz a jovem.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
A adolescente relata que ela e a amiga acompanharam os marinheiros até o motel depois de um encontro na praça da cidade de Vigia, que fica a cerca de 100 quilômetros de Belém. A menina lembra ainda de confrontar o militar pouco antes de disparo e dá detalhes dos momentos que antecederam o crime.
"Ele apontou para mim e eu falei: ei, tu tá doido? Virei a mão dele. Ele falou: ah, você tem medo é? Está com medo por que? Não precisa ter medo, não. Eu falei: mas, eu não gosto desse tipo de brincadeira. Eu só vi ele mirando no rosto da minha amiga", conta a adolescente.
A defesa de Gabriel, que está preso, alega que ele pegou a arma no escuro, sem saber do que se tratava, e que o tiro foi acidental. O colega dele, dono do revólver, continua foragido. Como o caso envolve menores de idade, o inquérito corre em sigilo de Justiça.
Já a direção do motel onde ocorreu o crime declara que a entrada de menores de idade é proibida, mas que o controle foi burlado por pessoas mal-intencionadas.
A adolescente baleada já foi submetida a três cirurgias e continua internada na UTI de um hospital na Grande Belém. O projétil se alojou no pescoço dela, e será necessário outro procedimento para tentar removê-lo. "No decorrer da semana, vai passar, provavelmente, por mais duas cirurgias: uma para tentarem retirar o projétil, que ainda se encontra alojado, e uma cirurgia no maxilar", informa o padrasto da vítima, Maurício da Silva.
Leia também: