Saúde

Uso de inteligência artificial para consultas de saúde cresce, mas especialistas alertam para riscos

Pesquisa mostra que mais da metade dos brasileiros já recorreu à IA para tirar dúvidas sobre saúde

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Uma pesquisa da plataforma Doctoralia - que conecta especialistas a pacientes - mostrou que mais da metade dos entrevistados (55%) já recorreu à inteligência artificial para se informar sobre saúde.

Entre eles, 11% usam a ferramenta com frequência e quase 29%, de vez em quando. Outros 36,7% admitem consultar a IA sobre possíveis doenças, mas preferem confirmar as informações com um médico.

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Foi o que fez o produtor musical Leandro Natal Oliveira Assis. Ele acordou com algumas manchas na pele e ficou curioso. Ele quis uma informação imediata e não pensou duas vezes: fez a pergunta à inteligência artificial.

“Com o ChatGPT você fica sabendo mais a fundo uma forma de tratar ou entender um pouquinho mais sobre o que está acontecendo com você”, conta.

Por ser uma consulta fácil, feita na palma da mão, o uso da IA para tirar dúvidas de saúde se tornou quase um vício. “Já virou um parceiro de vida. Tô no ônibus, pinta alguma coisa, eu vou pesquisar o que está acontecendo”, revela Leandro.

Apesar de ter recorrer à ferramenta de IA, Leandro mas tomou uma decisão ainda mais inteligente: buscar ajuda profissional sempre que necessário.

“Pesquisei pra tentar entender mais a fundo o que estava acontecendo, mas meu start já era buscar um dermatologista, porque saúde é uma coisa que, quanto mais você demora pra buscar ajuda, pior vai ficando o caso. Ajuda a ter um caminho, mas o melhor caminho é procurar um médico”,afirmou.

Boatos e fake news

Nos últimos dias, um boato sobre o uso da inteligência artificial para consultas relacionadas à saúde tomou conta da internet. A informação dizia que uma atualização do ChatGPT teria passado a impedir conselhos jurídicos e médicos.

Um post da empresa esclareceu que se tratava de uma fake news, mas reforçou que a plataforma nunca substitui o aconselhamento profissional.

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Confiar cegamente nas informações fornecidas pela inteligência artificial pode ser um problema, principalmente quando se trata da saúde. Para o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), a ferramenta é uma evolução, mas não substitui o diagnóstico médico.

“Você vai e pesquisa, então vai se automedicar, de uma maneira mais sofisticada. Mas é claro que tem um risco, porque você não tem discernimento pra saber se aquilo vai funcionar, se está certo ou errado”, explica Angelo Vattimo, presidente do Cremesp.

“A inteligência artificial nunca diz não, nunca diz que não sabe. Ela alucina às vezes. E às vezes a resposta é a mais absurda possível — esse é o risco.”

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