Suspeita de negligência: No DF, mulher com dengue morre após atendimento médico
Paciente foi atendida em tenda, diagnosticada e medicada. Com a piora dos sintomas, procurou uma UPA e, mesmo depois de ter desmaiado, foi liberada
SBT Brasil
Segundo o Ministério da Saúde são mais de 532 mil casos prováveis de dengue no Brasil. Neste ano, o número de óbitos por causa da infecção subiu para 90.
O Estado que registra o maior número de mortes no país é o Distrito Federal. São 66.361 casos prováveis e 23 óbitos confirmados.
Segundo as autoridades, uma dessas mortes é suspeita. Por isso, a policia está investigando o caso como suposto crime de homicídio culposo.
Cintia Maria Dourado Mendes, de 42 anos, morreu mesmo após procurar atendimento médico. O marido da vítima, Fabiano Vieira, que trabalha como vigilante, disse que precisou levar a mulher para o hospital após ela sentir pressão no peito e chegar até a desmaiar.
Ele afirmou que explicou sobre o ocorrido no atendimento, mas um profissional minimizou os sintomas e, um tempo depois, Cintia morreu.
"Eu expliquei, disse que ela estava sentindo compressão no peito e que chegou até a desmaiar. Mas ele (um enfermeiro) falou que poderia ser ansiedade ou pânico. Ele chegou a dizer que ela estava com muito medo e era por isso que estava acontecendo aquelas reações na minha mulher. Infelizmente a minha esposa foi a óbito por negligência", disse o vigilante.
De acordo com a família, Cintia chegou a buscar uma tenda voltada para pacientes com dengue onde foi diagnosticada e medicada.
Com o agravamento dos sintomas ela foi a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e, mesmo depois de ter desmaiado no banheiro, foi liberada.
A família também pontuou que quando Cintia voltou à unidade ainda foi vítima de um acidente enquanto era conduzida, numa cadeira de rodas, por um enfermeiro.
Os familiares disseram que Cintia chegou a cair da cadeira e bater a cabeça.
O caso foi denunciado e registrado na delegacia e o corpo da vítima foi submetido a um exame pelo Instituto Médico Legal (IML) para verificar a causa da morte.
Em nota, o instituto que gerencia a unidade de saúde informou que a equipe médica prestou assistência imediata, incluindo tentativas de reanimação.
O subsecretário de Segurança em Saúde do DF, Fabiano dos Anjos, ressaltou que as investigações sobre o caso serão feitas.
"Nós precisamos de um tempo e esse tempo ele pode ser de até 60 dias para que a gente consiga então fazer todo o processo de investigação", explicou o subsecretário.
Carolina Dourado Mendes, filha do casal, disse que quer justiça. "Eu sei que não vai trazer a minha mãe de volta, mas acho que pode evitar que aconteça com outras famílias o que aconteceu com a gente - porque é uma dor que eu não desejo a ninguém."