Surto da síndrome mão-pé-boca atinge escolas do Sul e Sudeste; conheça os sintomas
Centenas de casos foram registrados em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo

Eduardo Pinzon
Creches e escolas infantis do Sul e Sudeste do país estão em alerta devido ao aumento de casos da síndrome mão-pé-boca, uma infecção viral que atinge principalmente crianças de até cinco anos, mas que também pode afetar adultos.
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De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, entre julho e setembro foram contabilizados 19 surtos, com 161 pessoas infectadas. Em Brusque, em Santa Catarina, mais de 120 casos foram registrados em apenas 15 dias. Já em São Paulo, a prefeitura de Pinhalzinho, no interior, confirmou surtos em escolas infantis, mas não divulgou números.
Segundo o infectologista e pediatra Marcelo Scotta, a doença pode ser facilmente identificada pelas lesões características.
“O que deixa a síndrome com o diagnóstico bem claro são as lesões tanto dentro da boca, em língua e mucosa, como aftas e úlceras, e nas mãos e pés, que podem aparecer como manchas avermelhadas ou até bolhas”, explicou.
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Quais os sintomas da síndrome mão-pé-boca
Os sintomas mais comuns são: febre, manchas vermelhas na boca e garganta, dificuldade para engolir, bolhas nas mãos e pés, perda de apetite, vômito e diarreia. A transmissão ocorre por contato direto entre pessoas ou por meio de secreções, fezes, alimentos, objetos contaminados e até pelas lesões cutâneas.
A fase mais contagiosa é na primeira semana da doença, mas o vírus pode ser eliminado pelas fezes por até quatro semanas, Por isso, os casos são acompanhados por cerca de 30 dias.
Apesar de a evolução geralmente ser leve, médicos alertam que a síndrome pode, em casos raros, causar complicações como meningite ou problemas cardíacos. Não há medicamento específico contra o vírus.
“Infelizmente não temos um antiviral, nem um medicamento específico. O tratamento é de suporte. Quando há muitas lesões orais, a alimentação pode ser prejudicada, aumentando o risco de desidratação”, completou o infectologista.
As principais medidas de prevenção incluem afastar crianças com sintomas da escola, reforçar a higiene das mãos, do ambiente e de brinquedos.
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A orientação é que pais mantenham os filhos em repouso, ofereçam bastante líquido e alimentação leve.