Selena Gomez: quais são os riscos de uma gravidez com lúpus? Entenda

A atriz e cantora Selena Gomez revelou que não pode engravidar por problemas de saúde, em entrevista à revista Vanity Fair publicada nesta segunda-feira (9). Em 2013, a artista, que hoje tem 32 anos, foi diagnosticada com lúpus, uma doença autoimune que afeta múltiplas regiões do corpo, como articulações, pele, rins, células sanguíneas, cérebro, coração e pulmões.

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"Nunca falei sobre isso antes, mas, infelizmente, não posso gerar meus próprios filhos. Tenho muitos problemas de saúde que colocariam minha vida e a do bebê em risco. Lidei com um luto profundo por causa disso", disse Selena.

Apesar disso, a artista disse que pretende formar uma família nos próximos três anos e se sente grata por outras alternativas, como barriga de aluguel e adoção.

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"Sou muito grata por existirem outras opções para quem deseja ser mãe. Estou ansiosa por essa jornada, mesmo que seja diferente do que eu imaginei. No fim das contas, será meu bebê", afirmou.

Quais são os riscos de uma gravidez com lúpus?

De acordo com um artigo escrito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a gravidez com lúpus é considerada de alto risco. Alguns dos riscos são aumento da pressão arterial, aborto espontâneo, pré-eclâmpsia (dentre outras coisas, pode causar excesso de proteína na urina) e nascimento de bebês prematuros.

Além disso, alguns bebês podem desenvolver o lúpus neonatal, que pode atingir uma pequena parte dos recém-nascidos de mulheres que têm lúpus.

De acordo com o documento, apesar dos riscos, é possível engravidar se a doença estiver controlada por ao menos seis meses e a depender da forma (grave ou leve).

No caso da atriz Selena Gomez, ela foi submetida a tratamento com medicamentos utilizados em quimioterapia, geralmente indicados para tratamento das formas graves da doenças, e precisou passar por transplante de rim.

O que causa o lúpus?

De acordo com o Ministério da Saúde, doenças autoimunes como o lúpus ainda não possuem causas definidas, mas podem ser influenciadas por predisposição genética e o uso de alguns medicamentos.

No lúpus, o sistema imunológico passa a atacar e destruir tecidos saudáveis do próprio corpo.

Os sintomas são variados, mas se caracterizam, principalmente, por lesões na pele (conhecidas como rash cutâneo) que pioram com a exposição à luz do sol e estão presentes em 80% dos casos, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e inflamação dos rins. A doença também pode acometer apenas os órgãos internos e, em alguns casos, precisar de transplante, principalmente o rim.

O diagnóstico é feito por exame físico, de sangue, de anticorpos, radiografia do tórax e, em alguns casos, biópsia renal e exame de urina.

A doença é mais comum em mulheres entre 20 e 40 anos e, apesar de não ter cura, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento com medicamentos que vão de anti-inflamatórios não-esteroides até corticoides e imunossupressores, que também são usados ​​na quimioterapia, em suas formas mais graves.

A SBR estima que uma a cada 1.700 mulheres no Brasil tenha a doença.