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Saúde

Sarampo: Europa registra recorde de casos desde 1997; por que volta da doença preocupa?

No último ano, número dobrou em relação a 2023; EUA também enfrentam surto de doença altamente contagiosa, que pode chegar ao Brasil

Imagem da noticia Sarampo: Europa registra recorde de casos desde 1997; por que volta da doença preocupa?
Doença geralmente é associada a crianças, mas pode afetadas adultos não vacinados | Divulgação/Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Europa registrou em 2024 o maior número de infecções por sarampo desde 1997, de acordo com uma análise divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta quinta-feira (13).

+ Surto de sarampo nos EUA pode chegar ao Brasil? Entenda

No último ano, foram contabilizados 127.350 casos da doença infecciosa no continente, o dobro em relação a 2023.

Os dados indicam que 40% das infecções ocorreram em crianças com menos de cinco anos. Além disso, mais da metade dos pacientes precisou ser hospitalizada e 38 mortes foram registradas.

"O sarampo voltou, e isso é um alerta. Sem altas taxas de vacinação, não há segurança sanitária. Cada país deve intensificar os esforços para alcançar as comunidades subvacinadas", afirmou Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa.

Desde 1997, quando foram registrados 216 mil casos, os números da doença vinham caindo na Europa, chegando a um mínimo histórico de 4.440 diagnósticos em 2016. No entanto, essa tendência foi revertida nos últimos anos, com um aumento significativo a partir de 2019, quando foram registrados 106 mil casos.

A OMS considera a Europa e a Ásia Central uma única região sanitária, que engloba 53 países. Em 2024, essa área foi responsável por um terço dos 359.521 casos de sarampo no mundo. Muitos países ainda não conseguiram restabelecer a cobertura vacinal pré-pandemia, o que tem facilitado a disseminação do vírus.

Por que a volta da doença preocupa?

Segundo o infectologista Renato Grinbaum, antes da vacina, a doença que pode deprimir as defesas do indivíduo, causar a cegueira e levar à morte era a causa de milhares de óbitos em todo o mundo. Com o crescimento dos movimentos antivacina e da queda da cobertura vacinal, porém, a doença voltou e pode chegar ao Brasil.

"Existe chance do surto chegar ao Brasil porque a nossa cobertura vacinal caiu. O motivo é o descrédito às vacinas vindo da pandemia", afirma o infectologista Renato Grinbaum.

O sarampo é altamente contagioso e pode afetar pessoas de todas as idades, embora seja frequentemente associado a crianças. Adultos não imunizados também correm riscos.

A vacinação continua sendo a principal forma de proteção. No Brasil, a imunização contra o sarampo é gratuita e está disponível na rede pública de saúde.

O esquema vacinal inclui duas doses para crianças e jovens até 30 anos, enquanto adultos entre 30 e 60 anos precisam de apenas uma dose. Quem não tem certeza se foi vacinado pode e deve buscar a imunização novamente, pontua Renato.

"A vacina contra o sarampo está no calendário vacinal há décadas e eventos adversos severos são extremamente raros. Mas o benefícios são muito frequentes, não vemos mais crianças internadas com formas graves do sarampo. Isto é o resultado da vacina", ressalta.

As campanhas de imunização têm tentado recuperar a confiança da população no país. Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação do sarampo, mas perdeu o status dois anos depois devido à queda na cobertura vacinal e à entrada do vírus por meio de migração e viagens internacionais.

Em 2024, a certificação foi recuperada, e desde 2022 não há casos autóctones da doença.

Contudo, casos importados continuam ocorrendo, com registros recentes no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

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