Rafael Zulu teve fibrilação atrial por excesso de energético; entenda riscos
Ator e modelo disse que teve medo de morrer após ingerir bebida em uma tarde de domingo com a família; veja riscos
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Wagner Lauria Jr.
O ator e modelo Rafael Zulu, de 42 anos, relatou nas redes sociais que tem um quadro de fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca (veja mais detalhes abaixo), por tomar energético em excesso.
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"Eu quis trazer esse relato pra que sirva pra todo mundo que, de alguma forma, consome, exageradamente ou não, esse tipo de bebida", disse Zulu.
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O artista relata que exagerou na quantidade de bebida energética durante um domingo com a família na piscina. Depois, percebeu a respiração um pouco ofegante e o coração acelerado.
Assustado e nervoso, foi para o hospital com a esposa. Lá, recebeu o diagnóstico: fibrilação atrial. Segundo Zulu, em repouso, seu coração chegava a 150 batimentos por minuto (Bpm) — a frequência normal é de 60 a 100 batimentos por minuto, segundo o Hospital Nove de Julho.
"Tive medo de morrer, porque nunca tinha passado por algo parecido", disse.
O que é Fibrilação Atrial (FA)?
A condição se caracteriza por um batimento cardíaco irregular frequentemente descrito por muitas pessoas como um “tremor” e “vibração” do coração. Alguns dos sintomas mais comuns são dores no peito, palpitações, falta de ar e fadiga. Os pacientes também podem sentir tontura, respiração curta, sensação do coração saindo pela boca e desmaiar. Em certos casos, porém, a condição é assintomática,
"Os derrames provocados pela FA são considerados os mais graves, com as maiores taxas de mortalidade, podendo também acarretar sequelas incapacitantes”, disse o especialista em arritmias cardíacas do Instituto Nacional de Cardiologia, Burno Heringer Dias ao Portal Drauzio Varella
Aqui no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Arritimias Cardíacas (Sobrac), a condição afeta cerca de 20 milhões de pessoas.
Energético aumenta o risco?
Segundo uma análise de diversos estudos clínicos, publicada no Brazilian Journal Of Implantology and Health Sciences, substâncias como cafeína e taurina, presentes nessas bebidas, exercem efeitos diretos sobre o sistema cardiovascular.
A cafeína foi associada a aumentos agudos na pressão arterial e na frequência cardíaca, enquanto a taurina potencializa seu efeito. O artigo orienta um uso mais consciente dos enérgicos, principalmente entre jovens, atletas e trabalhadores que consomem essas bebidas frequentemente.
O uso de energético também já foi associado ao maior risco de parada cardiorrespiratória em um estudo feito pela Mayo Clinic, nos EUA, com 144 pessoas. De acordo com a pesquisa, 5% dos participantes tinham tomado energético pouco tempo antes de passarem mal.
Como diagnosticar, prevenir e tratar?
Tendo em vista que em muitos casos não há sintomas, é importante fazer exames como eletrocardiograma (ECG) regularmente e ficar atento aos batimentos cardíacos acelerados para obter um diagnóstico preciso.
A doença pode ser evitada pela prevenção dos fatores de risco que são cardiopatia, pressão alta, consumo de álcool e obesidade. Uma vez diagnosticada, é importante acompanhamento médico para a prática de exercícios físicos, por exemplo.
Segundo o Hospital Albert Einstein, o tratamento pode incluir medicamentos anticoagulantes, antiarrítmicos, cardioversão (choque elétrico no coração), ablação por cateter (correção do tecido cardíaco problemático através de cateteres) e marca-passos.