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O que a ciência diz sobre a cannabis medicinal para o tratamento de doenças crônicas?

Qual a diferença entre THC e CBD? Em quais doenças o uso é recomendado? Especialista explica

O que a ciência diz sobre a cannabis medicinal para o tratamento de doenças crônicas?
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Nos últimos anos, a cannabis medicinal tem chamado a atenção de médicos e pacientes no Brasil. Para muitas pessoas que convivem com doenças crônicas, como dor persistente, epilepsia, fibromialgia e doenças autoimunes essa planta pode oferecer uma nova esperança de alívio e melhora na qualidade de vida.

Mas como exatamente a cannabis medicinal pode ajudar? E será que os seus benefícios superam os estigmas que ainda cercam o seu uso?

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O que é a cannabis medicinal?

A cannabis medicinal é extraída da planta Cannabis sativa, que contém mais de 100 compostos chamados canabinoides. Dois deles se destacam:

• THC (delta-9-tetrahidrocanabinol): é o principal responsável pelos efeitos psicoativos, mas também tem propriedades terapêuticas, como o alívio da dor;

• CBD (canabidiol): não causa efeitos psicoativos e é mais conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e ansiolíticas.

Esses compostos atuam diretamente no sistema endocanabinoide, um conjunto de receptores presentes em nosso corpo que regula funções essenciais, como dor, inflamação, humor e sono. Ao interagir com esses receptores, a cannabis ajuda a modular essas funções e pode trazer alívio para uma série de condições.

Como funciona o tratamento?

A cannabis medicinal pode ser administrada de diversas formas: extratos, óleos, sprays e cápsulas. A dosagem e a proporção entre THC e CBD variam de acordo com a doença tratada e as necessidades específicas de cada paciente.

Isso permite um tratamento personalizado, sempre com o acompanhamento de um médico especializado.

É importante lembrar que, como qualquer medicamento, a cannabis medicinal pode causar efeitos colaterais, principalmente relacionados ao THC, como tontura, sonolência e boca seca. No entanto, o CBD tem um perfil de efeitos colaterais mais suave.

+ STJ permite importação de canabidiol para tratamento de epilepsia

O que a ciência diz sobre a cannabis medicinal?

A ciência sobre a cannabis medicinal tem avançado bastante nas últimas décadas, e estudos mostram que seus componentes, particularmente os canabinoides, podem ser úteis no tratamento de várias condições médicas.

1. Dor Crônica

Estudos sugerem que a cannabis medicinal pode ser eficaz no tratamento de dor crônica, especialmente em pacientes que não respondem bem a tratamentos convencionais. O THC tem propriedades analgésicas que podem ajudar a reduzir a percepção da dor.

2.

Epilepsia

O CBD, especificamente, demonstrou eficácia no tratamento de formas raras e severas de epilepsia, como a síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut.

3. Náusea e Vômito Relacionados à Quimioterapia

Há evidências sólidas de que a cannabis, ou medicamentos à base de canabinoides, pode ajudar a aliviar náusea e vômito induzidos por quimioterapia, sendo uma opção para pacientes que não respondem bem a outros antieméticos.

4. Esclerose Múltipla (EM)

Pacientes com esclerose múltipla relatam redução na espasticidade muscular, dor e melhora na qualidade de vida com o uso de medicamentos à base de cannabis. Esses efeitos são mais associados ao THC.

5. Transtornos de Ansiedade e Estresse Pós-Traumático (TEPT)

Há pesquisas preliminares que indicam que o CBD pode ser útil na redução da ansiedade, especialmente em casos de transtorno de ansiedade social e transtorno de estresse pós-traumático. No entanto, a dosagem e os efeitos ainda estão sendo estudados mais detalhadamente.

6. Inflamação e Doenças Autoimunes

Canabinoides têm propriedades anti-inflamatórias, o que pode ser benéfico no tratamento de condições inflamatórias, como artrite reumatoide e doença de Crohn.

+ Biomédicos estão autorizados a receitar produtos com canabidiol

A cannabis medicinal é para todos?

Nem todos os pacientes respondem da mesma forma ao tratamento com cannabis, e a substância não é uma solução universal. O acompanhamento médico é fundamental para ajustar a dose e monitorar os efeitos.

À medida que o acesso à cannabis medicinal aumenta e mais pesquisas são realizadas, cresce a esperança de que pacientes com doenças crônicas possam encontrar um novo caminho para uma vida com menos dor e mais qualidade.

Lembre-se: a jornada com doenças crônicas pode ser difícil, mas, com abordagens inovadoras, existem motivos para acreditar em um futuro com mais conforto e bem-estar.

*Dra. Ionata Smikadi, é médica Associada SBEC. Formada pela Universidade Estácio de Sá e pela Columbia University. CRM 123320-3

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