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Saúde

Novidade na medicina reprodutiva: entenda o que é o exame pré-implantacional

Técnica considerada promissora busca avaliar a viabilidade e a saúde dos embriões

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Exame pré-implantacional não invasivo é novidade promissora na medicina reprodutiva | Freepik
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A medicina reprodutiva segue avançando em um ritmo acelerado e o diagnóstico pré-implantacional (PGT, na sigla em inglês) está no centro dessas inovações. Uma das mais promissoras abordagens atualmente em estudo é o Diagnóstico Pré-Implantacional Não Invasivo (niPGT), que busca avaliar a viabilidade e a saúde dos embriões sem recorrer às tradicionais biópsias invasivas.

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O PGT tradicional envolve a remoção de algumas células do embrião para análise genética, um procedimento que, embora seguro, ainda apresenta desafios. Entre eles, estão os riscos associados à manipulação do embrião e o alto custo da técnica. Em contrapartida, o niPGT oferece uma alternativa menos invasiva, utilizando o DNA livre encontrado no meio de cultura onde o embrião é cultivado para realizar a análise genética.

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Essa abordagem representa um grande progresso ao eliminar a necessidade de retirar células diretamente do embrião. Ao utilizar apenas o material genético liberado de forma natural durante o desenvolvimento embrionário, o niPGT reduz os riscos de comprometimento estrutural e funcional do embrião. Além disso, a técnica é potencialmente mais acessível, já que pode simplificar etapas do processo laboratorial.

Os benefícios dessa tecnologia são imensos, especialmente para casais que enfrentam dificuldades reprodutivas ou que possuem histórico de condições genéticas hereditárias. Com o niPGT, é possível obter informações detalhadas sobre a qualidade embrionária e possíveis alterações cromossômicas, aumentando as chances de implantação bem-sucedida e de uma gestação saudável.

Apesar do potencial, o diagnóstico pré-implantacional não invasivo ainda está em fase de pesquisas e desenvolvimento. Estudos iniciais têm demonstrado resultados promissores, mas os desafios permanecem. Um deles é garantir a precisão da análise genética com base no DNA livre, que pode ser fragmentado ou representar apenas uma fração do material genético total do embrião. Outro desafio consiste no risco da contaminação com material genético do embriologista, dificultando uma leitura adequada do DNA embrionário.

A implantação clínica em larga escala do niPGT também exige regulamentações claras e estudos adicionais para assegurar que a técnica seja confiável e amplamente acessível. Além disso, é essencial alinhar a aplicação dessa tecnologia com princípios éticos e redução de custos, garantindo que ela beneficie todas as populações e não contribua para aumentar as desigualdades no acesso aos cuidados reprodutivos.

Ainda assim, o niPGT sinaliza uma nova era para a medicina reprodutiva, principalmente aliada a outras tecnologias como a inteligência artificial para a seleção embrionária e o estudo do material do metabolismo embrionário no meio de cultivo. Ao unir tecnologia avançada à segurança do embrião, o niPGT promete transformar a experiência de milhares de famílias que sonham com a maternidade e a paternidade. Os próximos anos serão decisivos para consolidar essa revolução e expandir os horizontes da fertilização assistida.

* Paulo Gallo de Sá é ginecologista credenciado pelo CRM 422765 RJ - RQE 26621

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