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Saúde

Mudar a forma de caminhar pode aliviar dores no joelho sem remédios ou cirurgia, diz estudo

Técnica tem potencial de reduzir sintomas da osteoartrite dolorosa, condição que desgasta a cartilagem que protege as articulações; saiba mais

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Mudar ângulo da caminhada pode alivar dores no joelho | Freepik
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Um novo estudo publicado no The Lancet Rheumatology traz uma perspectiva positiva para milhões de pessoas que sofrem de osteoartrite no joelho: ajustar levemente a forma de caminhar pode reduzir a dor e até retardar a progressão da doença (saiba mais abaixo).

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A osteoartrite é uma condição que desgasta a cartilagem que protege as articulações. Segundo o artigo, quase um quarto das pessoas com mais de 40 anos sofre com o problema, que pode levar à incapacidade e, até hoje, só era tratado com medicamentos para dor ou, em casos graves, com cirurgia de substituição da articulação.

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Como funciona a técnica

Pesquisadores da Universidade de Utah testaram uma abordagem chamada retreinamento da marcha. O método consiste em alterar levemente o ângulo do pé durante a caminhada. Para cada paciente, esse ajuste foi definido de forma personalizada: alguns precisaram girar o pé um pouco para dentro, outros para fora, com variação de 5 a 10 graus.

No ensaio clínico, com duração de um ano, os participantes que receberam esse ajuste específico tiveram redução de dor equivalente ao uso de analgésicos comuns e potentes e mostraram menor desgaste da cartilagem do joelho em comparação ao grupo placebo. O estudo é inédito.

“Sabemos que, para pessoas com osteoartrite, cargas maiores no joelho aceleram a progressão, e que mudar o ângulo do pé pode reduzir a carga no joelho. Portanto, a ideia de uma intervenção biomecânica não é nova, mas não houve estudos randomizados e controlados por placebo para mostrar que ela é eficaz", diz Scott Uhlrich, professor assistente de engenharia mecânica da universidade e um dos autores do estudo.

Alívio semelhante a medicamentos

A dor relatada pelos pacientes ficou entre o alívio esperado com medicamentos de venda livre, como ibuprofeno, e o de remédios mais fortes, como opioides. Além disso, muitos participantes disseram estar animados por poderem controlar os sintomas sem remédios ou dispositivos externos.

Outro ponto positivo é a adesão: após semanas de treinamento supervisionado, os voluntários conseguiram manter o novo padrão de marcha no dia a dia, caminhando normalmente e de forma duradoura.

Próximos passos

Apesar dos resultados animadores, a técnica ainda não está pronta para uso clínico em larga escala. Hoje, o processo de prescrição do ângulo do pé depende de equipamentos caros, como esteiras sensíveis à pressão e câmeras de movimento em laboratório.

Os pesquisadores trabalham agora para simplificar esse passo, usando sensores portáteis, vídeos de smartphone e até calçados inteligentes que poderiam orientar o paciente fora do laboratório. O objetivo é que, no futuro, o ajuste da marcha possa ser feito em consultórios de fisioterapia e praticado em casa ou durante caminhadas comuns.

No entanto, estudos futuros dessa abordagem são necessários antes que a intervenção possa ser amplamente disponibilizada ao público.

*Com informações do Futurity

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