Instituto Butantan desenvolve diagnóstico capaz de detectar leptospirose no início
Tecnologia é mais rápida que o teste convencional, que só identifica anticorpos quando a infecção já está avançada
O Instituto Butantan anunciou que desenvolveu uma proteína para o diagnóstico da leptospirose capaz de detectar a doença no início. A tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores do Butantan se mostrou superior ao teste convencional, que só identifica anticorpos quando a infecção já está avançada, o que prejudica o prognóstico e tratamento.
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Segundo o Butantan, a pesquisa conseguiu detectar a doença em mais de 70% dos pacientes que tinham obtido resultados falsos negativos nos primeiros dias de sintoma. A leptospirose é considerada pela OMS uma doença negligenciada e subnotificada: a estimativa é que a cada ano 500 mil novos casos ocorram em todo o mundo, com uma mortalidade que pode ir de 10% a 70% em casos graves.
A estratégia do Butantan pode ajudar a identificar a doença ainda na fase inicial, possibilitando o tratamento precoce e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Futuramente, o próximo passo seria desenvolver um teste rápido (semelhante àquele da Covid-19 encontrado em farmácias, chamado de dipstick), utilizando a mesma proteína quimérica. Nesse caso, em vez de secreção nasal, a coleta poderia ser feita por meio da urina ou sangue.
A leptospirose é transmitida por bactérias do gênero Leptospira e ocorre tanto em humanos como em animais. A contaminação de pessoas é mais comum em épocas de chuva intensa e enchentes, por meio do contato com a urina de ratos infectados.
De difícil diagnóstico, a doença provoca sintomas inespecíficos que se assemelham à gripe ou dengue, como febre, calafrios, dor de cabeça e dor no corpo.
A leptospirose pode evoluir para a forma grave em 5% a 15% dos casos e afetar diferentes órgãos, principalmente fígado e rins. Mais raramente, pode ocorrer uma síndrome de hemorragia pulmonar, com taxa de letalidade superior a 50%.