Farmacêutica prioriza vacina da dengue ao SUS e limita venda à rede privada
Ministério da Saúde deve receber mais de 6 milhões de doses do imunizante até dezembro de 2024
A farmacêutica japonesa Takeda, responsável pela produção da vacina contra a dengue Qdenga, decidiu limitar a venda do imunizante à rede privada para conseguir priorizar a distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a empresa, a medida foi tomada em meio ao agravamento da epidemia de dengue em várias partes do país.
+ Brasil chega a 40 mortes por dengue, diz Ministério da Saúde
“A Takeda está concentrada em atender de forma prioritária ao Ministério da Saúde. Temos garantida a entrega de 6,6 milhões de doses para o ano de 2024 e o provisionamento de mais 9 milhões de doses para o ano de 2025. Também estamos buscando todas as soluções possíveis para aumentar o número de doses disponíveis no país”, diz a nota.
A empresa informou que suspendeu a assinatura de contratos diretos com a rede privada. O fornecimento da vacina às unidades de saúde será feito apenas para suprir o quantitativo necessário para que as pessoas que receberam a primeira dose completem o esquema vacinal. O imunizante é composto por duas doses, num intervalo de três meses.
Além das doses já prometidas ao Ministério da Saúde, a Takeda afirmou que está buscando parcerias com laboratórios públicos nacionais para acelerar a produção da vacina e o atendimento à demanda do SUS. O plano estratégico da farmacêutica é de produzir 100 milhões de doses por ano até 2030, com objetivo de entrega a nível global.
Vacinação no SUS
A vacina Qdenga teve o registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Quatro meses depois, em julho, a rede privada começou a aplicar o imunizante. Na época, o custo da aplicação por dose da vacina estava entre R$ 350 e R$ 500, dependendo do estado.
Em dezembro, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação do imunizante contra a dengue no SUS. A expectativa é que a pasta anuncie ainda nesta semana o calendário de vacinação, que deve contemplar, inicialmente, crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Na próxima semana, as doses já começarão a ser distribuídas aos 521 municípios selecionados.