Elevações e quedas intensas de temperatura aumentam o risco de morte, aponta estudo
Pesquisa foi feita em 13 países da América Latina; idosos e crianças são os que mais sofrem

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As oscilações bruscas de temperatura são um perigo para a saúde. Um estudo feito em 13 países da América Latina, publicado em uma revista científica americana, aponta que os dias escaldantes aumentam em 11% o risco de morte. O percentual aumenta para 22% quando as temperaturas caem bruscamente.
"Quando está muito frio você joga muita adrenalina, você começa a funcionar mais rápido, isso dá mais trabalho para o coração e o pulmão. Quando está calor acontece o contrário: você diminui a produção de hormônios e começa a perder água, e isso não faz bem para o rim. E o sangue pode coagular antes do tempo, fazendo um trombo", disse o médico e pesquisador Paulo Saldiva.
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Os idosos com mais de 75 anos correm mais riscos, segundo o estudo. Para evitar que eles sofram com o calor, uma casa de repouso adota várias estratégias.
Na casa, ar condicionado em todos os cômodos --que estão com as janelas sempre abertas, para a circulação do ar. Tem até alerta pelo celular para que funcionários fiquem mais atentos para as altas temperaturas. Além do cuidado com a hidratação.
"As doenças senis deixam o idoso com a sede diminuída, eles não pedem água, não sentem sede. Durante o dia, servimos água cinco vezes para eles, além das seis refeições onde a gente coloca o líquido", explicou Gabriela Mourad, enfermeira e coordenadora do local.
Com as temperaturas extremas, ainda de acordo com o estudo, a perspectiva é que o número de mortes decorrentes das mudanças climáticas cresça cada vez mais.
"Nós vamos ter uma população global mais velha e são justamente os idosos e as crianças que vão responder. Não vai mudar só o clima, a vulnerabilidade nossa vai mudar também", afirmou Saldiva.
