Saúde

É possível prevenir novas pandemias? OMS aprova acordo internacional; veja como vai funcionar

Medida foi discutida por cerca de três anos e ainda necessita da aprovação de pelo menos 60 países para entrar em vigor

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Pandemia da covid-19 completou 5 anos em março de 2025 | Freepik
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou nesta terça-feira (20), em Genebra, um acordo voltado à prevenção e cooperação global em futuras pandemias.

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A medida foi debatida e elaborada ao longo de pelo menos três anos e foi aprovada sem oposição.

"Este acordo é uma vitória para a saúde pública, a ciência e a ação multilateral. Coletivamente, ele nos permitirá proteger melhor o mundo contra futuras ameaças pandêmicas" declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Como o acordo vai funcionar?

O centro do novo tratado é um mecanismo chamado PABS — sigla para Acesso a Patógenos e Repartição de Benefícios. Ele estabelece um protocolo global para compartilhamento rápido de dados sobre vírus e outros patógenos com potencial pandêmico, além de garantir o fornecimento de vacinas, tratamentos e testes de forma mais justa e acessível.

Na prática, o PABS funcionará assim:

  • Quando uma nova ameaça sanitária for detectada, os países e instituições participantes deverão compartilhar rapidamente informações genéticas e clínicas sobre o agente infeccioso.
  • Empresas farmacêuticas que aderirem ao pacto deverão garantir que 20% de sua produção de vacinas e medicamentos em tempo real esteja disponível para a OMS. Desses 20%, 10% serão doados gratuitamente, e o restante oferecido a preços acessíveis.
  • O objetivo é evitar o cenário vivido durante a Covid-19, em que países ricos monopolizaram vacinas e insumos, deixando nações em desenvolvimento desassistidas.

Próximos passos

Ainda faltam detalhes práticos sobre o funcionamento do PABS, que deverão ser definidos nos próximos dois anos. Para que o tratado entre em vigor, será necessário a aprovação de ao menos 60 países.

Além disso, a eficácia do tratado enfrentará dúvidas porque os Estados Unidos — que investiram bilhões no trabalho rápido de empresas farmacêuticas para desenvolver vacinas contra a COVID-19 — estão de fora, e porque os países não enfrentam penalidades se o ignorarem, uma questão comum no direito internacional.

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