Dia Mundial da Saúde: quais são os riscos dos emulsificantes nos alimentos e como identificá-los?
Eles estão presentes em uma variedade de alimentos processados, como sorvetes, molhos, pães e biscoitos; entenda

Brazil Health
Os emulsificantes são aditivos amplamente utilizados na indústria alimentícia para melhorar a textura, estabilidade e vida útil dos produtos. Eles estão presentes em uma variedade de alimentos processados, como sorvetes, molhos, pães e biscoitos. No entanto, estudos recentes levantam preocupações sobre seus impactos na microbiota intestinal e na saúde metabólica.
+ Dia Mundial da Saúde: OMS faz alerta sobre direito à qualidade de vida
+ Dia do sedentarismo: veja 5 dicas para se livrar desse estilo de vida
+ Campanha nacional de vacinação contra a gripe começa nesta segunda (7)
Este artigo explora o papel dos emulsificantes nos alimentos processados, seus potenciais riscos à saúde e como os consumidores podem identificar e minimizar seu consumo no dia a dia.
+ Governo prorroga estado de emergência zoossanitária devido à gripe aviária
Quais são os emulsificantes mais comuns?
Os emulsificantes desempenham uma função essencial na indústria alimentícia. Eles permitem que ingredientes que normalmente não se misturam – como água e óleo – permaneçam homogêneos, garantindo melhor textura e consistência. Além disso, contribuem para a estabilidade dos produtos, evitando a separação de componentes ao longo do tempo.
Alguns dos emulsificantes mais comuns incluem:
- Lecitina de soja e de girassol – frequentemente usadas em chocolates e margarinas;
- Mono e diglicerídeos de ácidos graxos – presentes em sorvetes e pães;
- Polissorbatos (ex: polissorbato 80) – utilizados em sorvetes e sobremesas cremosas;
- Carboximetilcelulose (CMC) e goma xantana – espessantes usados em bebidas e molhos.
Apesar dessas funções tecnológicas, o consumo excessivo desses aditivos pode impactar negativamente a saúde intestinal e metabólica.
Impactos dos emulsificantes na saúde
Estudos recentes sugerem que determinados emulsificantes podem alterar a composição e função da microbiota intestinal, promovendo inflamação e disbiose. Algumas das principais preocupações incluem:
- Danos à barreira intestinal: emulsificantes como CMC e polissorbato 80 podem aumentar a permeabilidade intestinal, favorecendo a passagem de toxinas e bactérias para a corrente sanguínea – um fenômeno conhecido como “intestino permeável” (leaky gut);
- Inflamação crônica: alterações na microbiota associadas ao consumo de emulsificantes podem levar a um estado inflamatório persistente, contribuindo para doenças metabólicas como diabetes tipo 2 e obesidade;
- Risco aumentado de doenças cardiovasculares e câncer: algumas pesquisas indicam que a inflamação crônica e a modulação negativa da microbiota podem aumentar a suscetibilidade a doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.
Embora sejam necessários mais estudos para comprovar esses efeitos em humanos, as evidências atuais sugerem que a exposição prolongada a emulsificantes pode representar um risco à saúde intestinal e metabólica.
Como identificar a presença dos produtos nos alimentos?
Diante das possíveis consequências negativas, é importante que os consumidores saibam identificar e reduzir a ingestão desses aditivos. Algumas estratégias incluem:
- Ler os rótulos dos alimentos: verificar a presença de ingredientes como polissorbato 80, carboximetilcelulose, mono e diglicerídeos de ácidos graxos, entre outros;
- Optar por alimentos minimamente processados: priorizar frutas, legumes, grãos integrais e proteínas naturais, reduzindo o consumo de ultraprocessados;
- Escolher emulsificantes naturais quando possível: preferir alimentos que utilizam lecitina de girassol ou goma arábica, que são menos agressivos à microbiota;
- Preparar mais refeições caseiras: evitar produtos industrializados e investir em preparações caseiras garante maior controle sobre os ingredientes consumidos.
Conclusão
Os emulsificantes desempenham um papel importante na indústria alimentícia, garantindo melhor textura e durabilidade dos produtos. No entanto, pesquisas recentes indicam que seu consumo excessivo pode estar associado à disbiose intestinal, inflamação e aumento do risco de doenças metabólicas e cardiovasculares.
Embora os impactos a longo prazo ainda estejam sendo investigados, a redução do consumo de alimentos ultraprocessados e a escolha de opções mais naturais podem ser estratégias eficazes para minimizar riscos à saúde.
Ao adotar um olhar crítico sobre os rótulos dos alimentos e priorizar uma alimentação baseada em ingredientes naturais, é possível reduzir a
*Filippo Pedrinola é Head Nacional de Endocrinologia e Metabologia da Brazil Health credenciada pelo CRM 62253-SP I RQE 26961