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Saúde

Crescer em ambiente instável eleva risco de depressão, ansiedade e até obesidade, diz estudo

Estudo identificou que comportamentos e estilo de vida dos pais influenciam saúde mental e física das crianças; saiba quais fatores são considerados

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Ambiente familiar influencia na saúde física e mental das crianças | Freepik
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Uma nova pesquisa indica que crescer em um ambiente familiar imprevisível pode ter impactos duradouros na saúde mental e física das crianças, estendendo-se até a adolescência e o início da vida adulta.

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O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade da Geórgia e da Universidade de Columbia, identificou que comportamentos impulsivos dos pais, trocas frequentes de parceiros, instabilidade no cuidado infantil e um clima doméstico caótico estão associados a incidência maior de problemas emocionais e comportamentais na juventude.

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O que foi descoberto?

Segundo a pesquisa, lares com rotinas bem definidas e coparentalidade consistente favorecem resultados mais positivos.

"Dar às crianças um roteiro para entender como os eventos diários se desenrolam ajuda a prepará-las para o sucesso", afirma Kalsea Koss, autora correspondente do estudo e professora associada do Departamento de Desenvolvimento Humano e Ciências da Família da Faculdade de Ciências da Família e do Consumidor da UGA.

Os dados analisados vieram do "Estudo sobre o Futuro das Famílias e o Bem-Estar Infantil", que acompanhou mais de 4.800 crianças do nascimento aos 15 anos. Entre os resultados, crianças de lares instáveis apresentaram propensão maior a comportamentos impulsivos ou delinquentes, sintomas de depressão e ansiedade, além de índice de massa corporal (IMC) mais elevado – possivelmente relacionado ao estresse crônico.

O que pode ser feito?

"Ter uma rotina familiar ou um cuidador previsível ajuda as crianças a saber o que esperar e a criar suas próprias estratégias de regulação comportamental", pontua.

Koss ressalta que a previsibilidade não precisa ser absoluta.

"Pequenas mudanças são aceitáveis, porque nos ajudam a ser flexíveis e a praticar estratégias de regulação emocional e comportamental. Mas, quando se acumulam ao longo da infância, chegamos a um ponto crítico, em que o impacto negativo se intensifica", explica.

Renda familiar também conta

O estudo também apontou que fatores fora do controle dos pais, como a renda familiar, contribuem para esse cenário. Mais de um terço das famílias analisadas viviam na linha federal de pobreza ou abaixo dela, o que levava a mudanças frequentes de endereço e à exposição a bairros menos seguros.

Embora ambientes caóticos não sejam considerados, por si só, uma forma de adversidade tão grave quanto maus-tratos ou negligência, os pesquisadores encontraram efeitos semelhantes no desenvolvimento das crianças.

"Este estudo expande o que consideramos adversidade na infância e mostra o que é importante para a saúde e o bem-estar ao longo da vida", afirma Koss.

A pesquisa contou com apoio do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano.

*Com informações do Futurity

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