Cloroquina está associada a risco de distúrbios mentais, diz UE

A agência de medicamentos da União Europeia (EMA), orgão equivalente a Anvisa no Brasil, emitiu um alerta na última sexta-feira (27) sobre a relação do uso da cloroquina ou a hidroxicloroquina ao risco de distúrbios psiquiátricos e comportamentos suicidas. De acordo com um comunicado divulgado pelo comitê de segurança da EMA, os dados foram obtidos após uma revisão de todas as informações disponíveis sobre o remédio. 

A revisão foi iniciada em maio de 2020, após a EMA ter sido informada pela Agência Espanhola de Medicamentos (AEMPS) de seis casos de perturbações psiquiátricas em pacientes com Covid-19 que haviam recebido doses de hidroxicloroquina superiores às autorizadas.

A cloroquina e a hidroxicloroquina são autorizadas na União Europeia para o tratamento de certas doenças auto-imunes, como artrite reumatóide e lúpus, e para a prevenção e o tratamento da malária. O alerta ainda enfatizou que esses medicamentos não estão autorizados para o tratamento do Covid-19. "A cloroquina e a hidroxicloroquina não demonstraram quaisquer efeitos benéficos no tratamento da Covid-19 em grandes ensaios clínicos aleatórios", segundo a declaração.

A agência salienta que já havia informado aos profissionais de saúde os riscos destes medicamentos em abril e em maio de 2020, pois mesmo administrados em doses aprovadas para indicações autorizadas, podem causar um amplo espectro de perturbações psiquiátricas.

"Distúrbios psicóticos e comportamentos suicidas estão listados na bula de alguns medicamentos contendo cloroquina ou hidroxicloroquina como efeitos colaterais raros ou de frequência desconhecida", diz o comunicado.

Contudo, o comitê afirma que "recomenda a atualização das bulas desses medicamentos para fornecer informações melhores a profissionais de saúde e pacientes sobre o risco de comportamentos suicidas e desordens psiquiátricas".