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Saúde

Operações na base do crânio estão mais seguras do que nunca; veja o que mudou

Avanços tecnológicos revolucionam tratamento de tumores, com cirurgias menos invasivas e mais seguras para os pacientes

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Avaliação do crânio | Reprodução
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Nem todos os tumores cerebrais estão no “meio do cérebro”, como muitos imaginam. Algumas lesões se desenvolvem em uma região delicada e profunda chamada base do crânio — uma área onde o cérebro repousa e por onde passam estruturas essenciais, como nervos, artérias e vasos sanguíneos. Quando essas lesões comprimem essas estruturas, pode ser necessária uma cirurgia para preservar funções vitais e evitar complicações neurológicas graves.

O que são tumores da base do crânio?

A base do crânio é uma estrutura óssea complexa, localizada entre o rosto, o pescoço e a parte inferior do cérebro. Nessa região, podem surgir diferentes tipos de tumores — tanto benignos quanto malignos. Entre os mais comuns estão:

- meningiomas;

- schwannomas (ou neurinomas);

- adenomas de hipófise;

- craniofaringiomas;

- cordomas;

- carcinomas e metástases (tumores malignos secundários).

Embora alguns desses tumores sejam considerados “benignos” do ponto de vista histológico, o local onde crescem pode trazer riscos sérios, já que estão próximos a estruturas como nervos ópticos, nervos da face, tronco cerebral e vasos sanguíneos importantes.

Quais sintomas merecem atenção?

Os sinais variam conforme a localização e o tamanho do tumor. Entretanto, alguns sintomas devem servir de alerta:

- perda de visão ou visão dupla;

- zumbido persistente em um dos ouvidos;

- dificuldade para ouvir de um lado;

- paralisia facial;

- dores de cabeça recorrentes e progressivas;

- desequilíbrio e tontura;

- alterações hormonais (no caso de tumores da hipófise).

Em muitos casos, o diagnóstico é feito por ressonância magnética, após investigação de sintomas neurológicos persistentes. O acompanhamento com neurologistas e neurocirurgiões é fundamental para definir o momento adequado da intervenção.

Quando a cirurgia é indicada?

Nem todos os tumores exigem cirurgia imediata. Em lesões pequenas e assintomáticas, o médico pode optar apenas por observação e exames periódicos. No entanto, quando o tumor cresce, provoca sintomas ou apresenta risco de compressão de estruturas nobres, a cirurgia torna-se necessária.

A boa notícia é que as técnicas evoluíram significativamente. Atualmente, a neurocirurgia da base do crânio utiliza recursos como endoscopia, neuronavegação, microscópios de alta definição e sistemas de monitoramento intraoperatório. Isso permite intervenções mais precisas, com menor risco e melhor recuperação para o paciente.

Avanços que mudaram a história da neurocirurgia

Procedimentos que, há alguns anos, exigiam grandes aberturas no crânio hoje podem ser realizados por vias endoscópicas, com acesso pelo nariz ou pequenas incisões. Essa abordagem tem se mostrado especialmente eficaz em tumores da hipófise.

Além disso, a integração de exames de imagem com softwares de navegação cerebral possibilita ao cirurgião mapear com extrema precisão o trajeto até o tumor, preservando áreas saudáveis do cérebro e estruturas críticas.

Recuperação e qualidade de vida

A recuperação depende do tipo de tumor, da extensão da cirurgia e do estado geral do paciente. No entanto, os avanços técnicos e o acompanhamento multidisciplinar (com fisioterapia, fonoaudiologia e endocrinologia, quando necessário) têm permitido aos pacientes retomar suas atividades com qualidade de vida e controle dos sintomas.

A cirurgia da base do crânio é uma das áreas mais desafiadoras da neurocirurgia moderna, mas também uma das que mais evoluíram nos últimos anos. Com diagnóstico precoce, tecnologia avançada e equipes experientes, o que antes parecia inoperável hoje pode ser tratado com segurança — e mais esperança para os pacientes.

* Baltazar Leão - CRM-MG 44033 | RQE 31846 é professor-adjunto do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG e doutorado pela Universidade Federal de Minas Gerais

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