Eritrosina: o que é o corante vermelho proibido nos EUA e presente em alimentos, bebidas e remédios
Também conhecido como vermelho nº3, aditivo é encontrado em produtos brasileiros; saiba como identificar no rótulo
Wagner Lauria Jr.
com informações do Estado de Minas
A eritrosina, um corante vermelho presente em alimentos, bebidas e até mesmo em medicamentos, foi proibida nesta quarta-feira (15) pela FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos). A decisão foi tomada com base em estudos que associam o uso do corante a casos de câncer em camundongos, e acontece mais de 30 anos após a proibição do uso em cosméticos.
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O produto, também conhecido como vermelho nº3, é encontrado em bebidas, balas, doces, bolos e cerejas em conserva, e em remédios como o Venvanse, conhecido para o tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
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No Brasil, o corante é encontrado em confeitos granulados, balas, gelatinas e cerejas em calda (veja abaixo como identificar o aditivo no rótulo dos produtos). Procurada, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda não disse se irá adotar alguma proibição nos produtos comercializados no país.
O que é a eritrosina?
Com o nome originado do latim "eritro", que significa vermelho, a eritrosina é um aditivo sintético derivado do petróleo. A substância foi associada ao desenvolvimento de tumores em ratos durante a década de 1980, o que levou à proibição em cosméticos.
“Se você não pode colocar isso na sua pele, por que você comeria?” questionou a ex-diretora do Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental e do Programa Nacional de Toxicologia dos EUA, Linda Birnbaum, em uma entrevista ao portal Bloomberg.
Apesar da proibição, a FDA esclareceu que os níveis de exposição ao corante em humanos são significativamente mais baixos do que os que causaram os efeitos adversos em camundongos. Estudos com outros animais e seres humanos não indicaram os mesmos efeitos prejudiciais.
As empresas norte-americanas terão até janeiro de 2027 para reformular os produtos, enquanto os fabricantes de suplementos alimentares terão um prazo adicional de um ano.
O corante já é restrito ou proibido em países como Austrália, Japão e membros da União Europeia.
Como identificar eritrosina e outros corantes nos rótulos dos produtos brasileiros
- Amaranto (E-123): tom de vermelho;
- Amarelo Crepúsculo (E-110): tons de amarelo e laranja;
- Azorrubina (E-122): tom de vermelho (proibido nos Estados Unidos, Japão, Noruega e Suécia);
- Azul Brilhante (E-133): tom de azul (banido na Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Noruega, Suécia e Suíça);
- Azul Indigotina (E-132): tom de azul;
- Azul Patente V (E-131): tom de azul (proibido na Austrália, Estados Unidos e Noruega);
- Eritrosina (E-127): tons de vermelho e rosa (banido nos Estados Unidos e na Noruega);
- Ponceau (E-129): tom de vermelho (proibido nos Estados Unidos e na Noruega);
- Tartrazina (E-102)*: tom amarelo;
- Verde Rápido (E-143): tom de verde (proibido nos países da União Europeia);
- Vermelho 40 (E-129): tom de vermelho (banido em países como Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Suécia e Suíça);
*A tartrazina é um dos corantes artificiais que mais preocupam pesquisadores da área da saúde. Estudos nos Estados Unidos e na Europa comprovam casos de reações alérgicas ao corante, incluindo asma, bronquite, rinite, náusea, broncoespasmos, urticária, eczema e dor de cabeça.