Anvisa aprova regras para atualização das vacinas contra covid-19
Diretora ressaltou que "a vacinação permanece como uma estratégia mais segura e eficaz para evitar hospitalizações, reduzir a mortalidade e prevenir danos"
Guilherme Resck
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na quarta-feira (18), normas para a composição das vacinas contra a covid-19 a serem aplicadas no país. Elas indicam quais variantes do coronavírus devem compor os imunizantes e como deve ser feita a atualização das substâncias.
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Segundo a Anvisa, as normas "convergem com os padrões internacionais". Elas ainda serão publicadas no Diário Oficial da União. A agência ressalta que o coronavírus causador da covid, o Sars-CoV-2, continua evoluindo e sofrendo mutações, e que isso tem exigido ajustes nas vacinas contra a doença, "especialmente devido ao surgimento de variantes de preocupação".
"O objetivo da atualização da composição antigênica dos imunizantes contra a Covid-19 é melhorar as respostas imunológicas induzidas pelas vacinas às variantes circulantes do vírus".
Desde 2020, no Brasil, foram registrados mais de 38 milhões de casos de covid-19 e 713 mil mortes causadas pela doença. Neste ano, até 7 de setembro, houve o registro de 696.903 casos e 4.539 mortes.
Atualmente, há sete vacinas diferentes aprovadas pela Anvisa para aplicação no território nacional. São elas: Comirnaty, da Pfizer/Wyeth; Comirnaty bivalente BA.4/BA.5, da Pfizer; Janssen Vaccine, da Janssen-Cilag; vacina covid-19 recombinante da Fiocruz; Spikevax bivalente e Spikevax, da Adium; e vacina covid-19 recombinante da Zalika.
"O cenário global sublinha a importância de continuarmos atualizando as vacinas contra a covid, especialmente diante das variantes emergentes, que colocam em risco a efetividade das vacinas originais", salientou a diretora da Anvisa Meiruze Freitas em seu voto sobre as normas aprovadas ontem. Ela votou pela aprovação.
"A vacinação permanece como uma estratégia mais segura e eficaz para evitar hospitalizações, reduzir a mortalidade e prevenir danos de longo prazo à saúde, como a síndrome pós-covid", pontuou.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) monitora de forma contínua a evolução do coronavírus e faz recomendações globais para a composição da vacina. Segundo a Anvisa, atualmente, não há diferenças aparentes na circulação e na transmissão do Sars-CoV-2 nos hemisférios Norte e Sul.
Vacinação
O Ministério da Saúde recomenda a vacinação contra a covid para estes grupos prioritários:
- Pessoas com 60 anos ou mais;
- Pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILPI e RI) e seus trabalhadores;
- Pessoas imunocomprometidas;
- Indígenas;
- Ribeirinhos;
- Quilombolas;
- Gestantes e puérperas;
- Trabalhadores da saúde;
- Pessoas com deficiência permanente;
- Pessoas com comorbidades;
- Pessoas privadas de liberdade (a partir de 18 anos);
- Funcionários do sistema de privação de liberdade;
- Adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas; e
- Pessoas em situação de rua.
Ela é recomendada também no calendário de rotina para crianças de seis meses a menores de 5 anos. "Pessoas entre 5 e 59 anos de idade que não fazem parte dos grupos prioritários e nunca foram vacinadas podem receber o esquema primário (uma dose da vacina XBB)", explica o ministério.
Um levantamento divulgado pela Confederação Nacional de Municípios no último dia 13, 770 cidades relataram falta da vacina contra a covid-19 para crianças.
Em nota sobre o levantamento, o Ministério da Saúde disse que "mantém envios regulares de vacinas aos estados, que são responsáveis por abastecer os municípios".
"Não há falta generalizada de vacinas no Brasil, o levantamento da CNM traz questões pontuais para as quais a pasta adota estratégias para manter a vacinação em dia e a proteção da população".