Mãe consegue imagens que provariam que filho foi morto por PM
Jovem foi levado pelos agentes e depois deixado, já sem vida, em uma unidade de saúde do RJ
Fernanda Becker
A mãe de um rapaz morto aos 17 anos com um tiro no pescoço conseguiu imagens que provariam o envolvimento direto de policiais militares na morte do jovem. O crime ocorreu em em abril deste ano em uma favela no município de Queimados (RJ), na Baixada Fluminense.
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Algumas filmagens do dia da abordagem mostram Carlos Kaike sendo levado com vida pelos PMs, descartando a versão dos agentes de que o rapaz teria trocado tiros com os policiais. Para a família, há a certeza de que Carlos foi espancado e executado.
Câmeras de segurança da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em que o jovem foi deixado, mostram os policiais tirando o corpo da vítima de dentro da viatura algemado e sem vida, e colocando em uma maca com a ajuda de funcionários.
Segundo os médicos, o óbito foi causado por um disparo que entrou pelo pescoço, saiu pelas costas e dilacerou o pulmão de Carlos Kaike.
No dia do crime a vítima saiu para dar uma volta e não fez mais contato, quando a mãe, já preocupada, saiu para procurá-lo. Ela foi avisada por um policial que tinha um jovem morto na UPA e então foi até lá. A mãe deu início a uma investigação por conta própria para descobrir o que aconteceu com o filho. Em conversa com um amigo de Kaike, que testemunhou a execução, quem matou o rapaz foi um policial fardado.
Conforme a família, os PMs entraram em contato com eles e pediram R$ 5 mil para libertar o jovem. O pai de um amigo da vítima, que também estava na abordagem, pagou o valor aos agentes.
Carlos Kaike estava no segundo ano do ensino médio quando foi morto. Ele sonhava em seguir a carreira do bisavô, subtenente aposentado da polícia militar. Corporação que, supostamente, tirou a vida do rapaz.
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