Morte de influenciadora em lipoaspiração levanta debate

Até que ponto a busca pelo corpo perfeito vale a pena? Por que essa busca desenfreada pela beleza a qualquer custo? Quais os motivos dessa imposição de padrões? São perguntas com variadas respostas, mas que ganham cada vez mais importância depois dos vários casos de mortes em decorrência de processos cirúrgicos estéticos.

Desta vez, a influenciadora digital Liliane Amorim, de 26 anos, foi mais uma vítima da busca pelo corpo perfeito. Ela morreu depois de complicações advindas de uma lipoaspiração no último final de semana.
Qual é o limite entre o desejo e a necessidade?

"As pessoas seguem padrões estabelecidos pela sociedade. Não é uma construção de uma pessoa só. Temos o nosso biotipo e isso é importante que nós respeitemos", afirma o psicanalista Gregor Osipoff. Ainda de acordo com o profissional, o influenciador precisa compreender que tem uma responsabilidade social e mental, já que acumula milhares ou milhões de seguidores.

Para o cirurgião plástico Juliano Souto Ferreira, não bastam apenas uma consulta com as pacientes, de modo a aconselhar e amadurecer a decisão de realizar uma intervenção estética e cirúrgica. "A gente desconfia quando a queixa é muito diferente do que o exame físico mostra. Aí tem que acender uma ?luzinha?", afirma.

O profissional responsável pela operação precisa ser cirurgião plástico, realizar o procedimento em um hospital e, antes da cirurgia, tirar dúvidas e informar a paciente sobre as intervenções que podem acontecer, já que muitos tem uma expectativa e o resultado final acaba sendo outro.

Além disso, o paciente, a depender do estado psicológico em que se encontra, pode desenvolver transtorno de imagem. A pessoa não se reconhece e não se entende: a pessoa é magra e se vê com mais peso, por exemplo. Sem acompanhamento, o transtorno pode trazer consequências graves.