Lula afirma que determinou à CGU "responsabilização e expulsão" de auditor que agrediu mulher e criança
Câmera de segurança flagrou servidor público atacando ex-namorada e filho pequeno dela em Águas Claras, no Distrito Federal
Felipe Moraes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (25) que determinou à Controladoria-Geral da União (CGU) "imediata abertura de processo interno para responsabilização e expulsão" do auditor David Cosac Junior, servidor do órgão que agrediu ex-namorada e filho pequeno dela, de 4 anos, no Distrito Federal. Cenas de violência foram flagradas por câmera de segurança de um prédio em Águas Claras, em 7 de dezembro, e tornadas públicas nesta semana.
O mandatário classificou caso como "agressão covarde" e "inadmissível". "Precisa de uma resposta firme do Poder Público, considerando tratar-se de um servidor federal", escreveu Lula em postagem nas redes sociais. "Por isso determinei ao ministro Vinícius de Carvalho, controlador-geral da União, a imediata abertura de processo interno para responsabilização e expulsão do serviço público do agressor", acrescentou.

Veja postagem de Lula sobre caso:
Na noite dessa quarta (24), um dia após caso ser revelado pelo portal Metrópoles, o presidente dedicou parte do pronunciamento de Natal para falar sobre combate à violência doméstica.
"Quero aproveitar este momento, também, para falar que um povo tão gentil e capaz de produzir coisas tão belas não pode aceitar a violência contra a mulher. Vou liderar um grande esforço nacional envolvendo ministérios, instituições e toda a sociedade brasileira. Nós que somos homens devemos fazer um compromisso de alma. Em nome de tudo que é mais sagrado, seja um aliado", disse Lula ontem.
CGU já anunciou medidas
A CGU anunciou nessa quarta (24) uma série de medidas contra David Cosac. "Quero ser claro ao dizer que violência contra a mulher e contra crianças é crime. Não se trata de desentendimento, conflito privado ou questão pessoal. Estamos falando de agressão, de violação à lei e de afronta à dignidade humana", afirmou o ministro do órgão, Vinícius Marques de Carvalho.
O que a Controladoria-Geral da União determinou:
- Encaminhamento das notícias do fato à Corregedoria-Geral da União (CRG) e à Comissão de Ética da CGU, com a imediata abertura de investigação preliminar de responsabilidade, para apuração das responsabilidades ética e disciplinar, no âmbito das competências administrativas;
- Revogação imediata da designação do servidor como substituto eventual da chefia imediata, com publicação da determinação em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU) ainda nessa terça (23);
- Proibição de ingresso do servidor nos prédios da Controladoria-Geral da União, enquanto as apurações estiverem em andamento, como medida administrativa necessária à preservação do ambiente institucional e ao regular andamento das apurações.
Entenda caso
Nas imagens registradas por uma câmera de segurança, é possível ver o momento em que a mulher aparece segurando o filho, quando David começa a dar tapas na criança. O menino e a mãe caem no chão, mas as agressões não param. Em seguida, o servidor continuou atacando as vítimas e chegou a puxar a criança pelo braço.
Uma denúncia anônima encaminhada à Divisão de Controle de Operações Especiais (DICOE) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) levou policiais a um edifício residencial em Águas Claras, no DF, após a suspeita de agressões contra uma mulher e seu filho. A comunicação incluía um vídeo que registraria o momento das agressões.
Os policiais foram até o local e, durante a abordagem, o agressor disse que havia terminado recentemente o relacionamento com a vítima. Os dois teriam se desentendido no momento, o que resultou em agressões físicas.
A delegada Elizabeth Frade, da 21ª Delegacia de Polícia, disse que as agressões teriam ocorrido porque o agressor queria que a criança saísse do colo da mãe para ajudá-lo a segurar as compras, mas a criança se recusou. No mesmo dia, a vítima relatou que estavam retornando de uma viagem e, na ocasião, ele também teria agredido a criança com uma chinelada.
A equipe policial orientou a vítima sobre a necessidade de apresentar o filho à 21ª DP, para que posteriormente fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), para realizar exames periciais.
A mãe e a criança foram encaminhados ao IML, e ambas apresentaram lesões. Até o momento, o homem não foi preso. Agora, o caso segue sendo investigado pela Seção de Atendimento à Mulher da 21ª Delegacia de Polícia, que dará continuidade às investigações.
Quem é o agressor
David Cosac Junior é mestre em Ciências de Dados, servidor público, Master Coach e educador financeiro, segundo publicação da Igreja Foi por Você. Desde 2016, ocupa cargo de auditor federal de Finanças e Controle da CGU. Ele também atua como palestrante.









