Troca nos cargos na cúpula da Polícia Federal sinaliza saída de Andrei Rodrigues
Três dos principais nomes da corporação estão de malas prontas para ocuparem cargos internacionais. Diretor-geral deve ir para Washington
Leonardo Cavalcanti
Um dança das cadeiras na cúpula da Policia Federal que se iniciará nas quatro próximas semanas pode indicar a saída de Andrei Rodrigues da diretoria-geral da corporação.
Ainda em novembro, a Assembleia Geral da Interpol, em Viena, deve confirmar o nome de Valdecy Urquiza para o cargo de secretário-geral da organização.
Urquiza, delegado federal, hoje ocupa a diretoria de cooperação internacional da PF e deve levar para trabalhar com ele na Interpol o atual diretor-executivo da PF, Gustavo de Souza.
Para o cargo de Souza, conforme apurou o SBT News, deverá ser escolhido o delegado Willian Murad, que hoje é adido da PF da embaixada brasileira em Londres. O policial assim se transformará no número 2 da corporação em Brasília. Passaria portanto a ser cotado para substituir Andrei.
O atual chefe da PF avalizaria a própria transição com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e, por óbvio, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa dança das cadeiras tem previsão para terminar no início de 2025, com Rodrigues voando para Washington e ocupando o cargo de adido da embaixada.
A eventual saída de Rodrigues quebraria uma tradição dos governos petistas em relação à longevidade dos diretores-gerais. Em 14 anos, de janeiro 2003 a agosto de 2016 - mês do impeachment de Dilma - a PF teve apenas três chefes: Paulo Lacerda (2003 a 2007), Luiz Fernando Corrêa (2007-2011) e Leandro Daiello (2011-2017, parte do Governo Temer).