Textor na CPI das Apostas: "Ainda que ele estivesse 100% errado, seria muito grave", diz senador
Carlos Portinho (PL-RJ) considerou grave uma denúncia do dono do Botafogo relacionada ao VAR e afirmou que "a CBF vai ter que se explicar"
Felipe Moraes
O senador Carlos Portinho (PL-RJ) deu entrevista ao Brasil Agora desta terça-feira (23) e elogiou depoimento do empresário John Textor, dono do Botafogo, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, nessa segunda (22). "Ainda que ele estivesse 100% errado, já seria muito grave", comentou o parlamentar.
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O norte-americano foi convidado à CPI para prestar depoimento na condição de testemunha após fazer denúncias sobre suposta manipulação de resultados no futebol brasileiro em 2022 e 2023.
Segundo Textor, se dados das 109 partidas suspeitas fossem cruzados, seria possível confirmar manipulação em pelo menos 20% delas. Ele prometeu apresentar provas a senadores. A CPI tem Jorge Kajuru (PSB-GO) como presidente e o ex-jogador Romário (PL-RJ) na função de relator.
Para Portinho, "casas de apostas, clubes, campeonatos, confederações geralmente são vítimas da manipulação". "[Ela] é situada na relação de atletas e arbitragem. O que ele [Textor] trouxe ontem, inclusive na sessão secreta que se seguiu à audiência aberta, foram provas em que há embasamento técnico sobre comportamento de atletas", disse o senador.
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O próprio senador, porém, disse enxergar com reserva avaliações sobre comportamento individual de jogadores. "Sou reticente, e disse isso", ponderou. Por outro lado, considerou grave uma denúncia relacionada ao VAR, a arbitragem de vídeo que auxilia o juiz de campo em tomadas de decisão.
"Uma imagem do VAR, transmitida para o árbitro, foi editada. Uma das imagens foi subtraída e isso influenciou na decisão da arbitragem", apontou.
"Quem preza pela integridade esportiva, e, no caso do futebol, é a CBF [Confederação Brasileira de Futebol], não pode relevar essas evidências. A maioria delas não são provas, mas indícios muito fortes. Cabe a quem tem instrumentos apurar. No caso do VAR, é material. A CBF vai ter que se explicar", cobrou.