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Presidente de comissão se diz preocupado com foco do Orçamento de 2025 na arrecadação de impostos

Governo conta com receitas extras de R$ 168,25 bilhões no próximo ano para atingir meta fiscal de déficit zero nas contas públicas

Presidente de comissão se diz preocupado com foco do Orçamento de 2025 na arrecadação de impostos
Segundo Júlio Arcoverde, a Comissão Mista de Orçamento vai assegurar um debate "democrático e abrangente" sobre o projeto da Lei Orçamentária Anual referente a 2025 | Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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O presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), comentou nessa segunda-feira (2) o envio pelo governo federal do projeto da Lei Orçamentária Anual para 2025. O parlamentar disse que o texto ainda não chegou ao colegiado e manifestou preocupação em relação ao conteúdo.

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"Após a projeto entrar no sistema da comissão, vou me reunir com o relator-geral da Lei Orçamentária Anual 2025, senador Angelo Coronel, para definir o cronograma de atividades", declarou Arcoverde, em nota.

"Entretanto, já manifesto minha preocupação com o foco da proposta na arrecadação de impostos, e não na priorização da melhoria da gestão pública, da eficiência nos gastos e da redução da carga tributária que são fundamentais para gerar empregos, criar oportunidades e aumentar a confiança dos investidores", acrescentou.

A Lei Orçamentária Anual, também conhecida como LOA, prevê as receitas e fixa as despesas do governo federal para determinado ano. O projeto referente a 2025 foi enviado pelo Executivo na sexta-feira (30) e aguarda despacho do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para envio à Comissão Mista de Orçamento.

O texto traz uma meta fiscal de déficit zero nas contas públicas. Para que seja atingida, o governo conta com receitas extras de R$ 168,25 bilhões. Entre as fontes, estão:

- Processos Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) (valor esperado de R$ 28,57 bilhões);

- Transação de controvérsias jurídicas (R$ 26,48 bilhões);

- Transação tributária (R$ 31 bilhões);

- Recuperação de créditos (R$ 15,45 bilhões)

- Controle de benefícios tributários (R$ 20 bilhões);

- Compensação da desoneração da folha de pagamento (R$ 25,8 bilhões);

- Aumento da alíquota de Imposto de Renda sobre Juros sobre Capital Próprio (R$ 6 bilhões); e

- Aumento das alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (R$ 14,93 bilhões).

As três últimas são medidas legislativas a serem analisadas pelo Congresso Nacional.

Segundo Júlio Arcoverde, a Comissão Mista de Orçamento vai assegurar um debate "democrático e abrangente" sobre o projeto da LOA referente a 2025, "oferecendo espaço para a atuação tanto das bancadas do governo quanto da oposição".

"Porém, deixo claro desde já: sob a presidência desta Comissão Mista, não aceitaremos medidas que comprometam o desenvolvimento econômico pleno e a estabilidade financeira do Brasil".

Despesas

O projeto enviado ao Congresso prevê que a despesa primária do governo federal será de R$ 2,39 trilhões em 2025, incluindo R$ 39 bilhões em emendas parlamentares impositivas — aquelas que têm execução orçamentária (empenho e liquidação) e financeira (pagamento) obrigatória. São emendas impositivas as individuais (de autoria de um deputado ou de um senador) e as de bancada (de autoria de bancada estadual no Congresso).

Entre os ministérios, o da Previdência Social terá o maior orçamento no próximo ano, com R$ 1,03 trilhão.

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