PL disputa 44 milhões de eleitores em 62 cidades; PT busca 32 milhões em 60 prefeituras
Falta de candidatos petistas com potencial nas capitais mais populosas atrapalha partido de Lula. Bolsonaro sai na frente
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, se prepara para entrar na disputa por 44 milhões de eleitores em 62 dos 99 maiores municípios do país. São quase 12 milhões a mais do que o PT busca nas eleições de outubro - a legenda de Luiz Inácio Lula da Silva concorre em 60 dessas prefeituras , em busca de um eleitorado de 32 milhões.
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Por que isso importa: enquanto o PL tenta consolidar candidatos nas principais capitais, o PT tem dificuldade de lançar nomes em São Paulo, Rio, Recife e Salvador, por exemplo. Além disso, faltam quadros do partido para a disputa em cidades de médio porte. A largada pré-eleitoral não significa que o PL vai conquistar mais prefeituras ou viabilizar candidatos, vide o caso do delegado Ramagem, do Rio, envolvido na operação da Polícia Federal sobre a “Abin Paralela”.
Do que se trata: o estudo sobre as 99 maiores cidades e a viabilidade dos políticos por legenda foi elaborado pela Novo Selo Comunicação. Esses municípios concentram 40% do eleitorado nacional, o que mostra a movimentação e a viabilidade dos partidos. O SBT News teve acesso com exclusividade à parte do levantamento que trata do tamanho do eleitorado por cidades e as candidaturas por partido nesses locais.
Para aprofundar: o PT descobriu o tamanho do desafio que é diminuir a rejeição ao próprio partido. Uma coisa é a eleição presidencial de Lula, outra os candidatos das legenda. “O PT criou uma estratégia de apoiar políticos de outras siglas para não criar tanta rejeição”, diz Tiago Valenciano, cientista político. “Em 20 anos, houve uma mudança demográfica, com a ampliação de eleitores em cidades de médio porte, o PT sabe disso e tem interesse, mas ainda precisa renovar lideranças para buscar a cabeça de chapa nesses municípios.”
A estratégia: enquanto o PT busca apoiar candidatos de outras siglas, como Guilherme Boulos (PSol) em São Paulo - mesmo com a vice de Marta Suplicy, agora PT - na eleições de outubro, tenta mirar na campanha de 2026. Sabe que não tem como avançar nesta eleição municipal.