Motta critica influência da polarização na agenda da Câmara
O presidente da Casa também defendeu legislação que reconheça outros vínculos de trabalho: "brasileiros não querem mais CLT, querem empreender"

Ellen Travassos
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta terça-feira (13) que os Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário precisam fazer uma "autocrítica" para colaborar com "harmonia". Ele ainda falou que a ausência desse exercício se dá por causa da "polarização".
"Não podemos viver numa polarização política radicalizada que consome energia e não gera entregas. Precisamos estar focados numa agenda de entregas à sociedade, de entregas ao nosso país", ressaltou Motta. O presidente da Câmara vem sendo pressionado por aliados de Jair Bolsonaro a levar à votação o projeto que pode anistiar participantes da tentativa de golpe de Estado do 8 de janeiro, ação na qual o ex-presidente é réu.
Motta disse que vai trabalhar para blindar a pauta da Câmara dos Deputados de qualquer polarização. "Tenho me esforçado bastante ao lado dos líderes partidários da Câmara justamente para que implementemos essa agenda."
Motta discursou no 14º Lide Investment Forum, em Nova York. O deputado defendeu que o foco do debate público seja a responsabilidade fiscal e a modernização da máquina pública.
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Motta também se mostrou flexível com relação a mudanças nas leis trabalhistas. "É preciso reconhecer o Brasil da informalidade. Milhões de brasileiros não querem mais CLT, querem empreender", disse, argumentando que é necessária uma legislação alternativa, que reconheça outros vínculos de trabalho.
O 14º Lide Investment Forum, no Harvard Club, em Nova York, é promovido pelo Grupo Líderes Empresariais (Lide). Além de Motta, participam do evento nesta terça-feira (13), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso; o procurador-geral da República, Paulo Gonet; o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho, além de 7 governadores e diversos senadores e deputados federais.