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Política

Motim na Câmara: "Não podemos permitir que isso vire um costume", diz Motta

Presidente da Casa pediu apuração "imparcial e firme" da Corregedoria sobre paralisação física de atividades no Legislativo por parlamentares da oposição

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Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) | Divulgação/Kayo Magalhães/Câmara
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pediu nesta quinta-feira (14) apuração "imparcial e firme" da Corregedoria Parlamentar sobre motim de congressistas da oposição na última semana, paralisando fisicamente atividades da Casa por mais de 30 horas em protesto contra prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Não podemos permitir que isso vire um costume", afirmou.

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A Mesa Diretora, sob comando de Motta, enviou na última sexta (8) caso à Corregedoria e negou hipótese de punição sumária a parlamentares. "Fazer isso por rito sumário seria, na minha avaliação, a medida não correta para o momento", falou em entrevista à GloboNews, defendendo reação segundo regimento da Casa.

O deputado classificou ação da oposição como "inadmissível" e "completamente fora do razoável e do aceitável". Informou que o corregedor, Diego Coronel (PSD-BA), "já está notificando os parlamentares".

"Nesse prazo dos 45 dias, sem prejuízo daquilo que tem que ser feito, que é a responsabilização desses parlamentares, a Corregedoria vai se manifestar e a Mesa vai tomar as providências cabíveis, porque a gente não pode permitir que o que aconteceu volte a se repetir", prosseguiu.

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Como previamente anunciado na terça (12), a oposição organizou nova obstrução nesta quinta (14), mas, desta vez, de forma regimental, dentro das regras da Câmara. Deputados tomaram essa decisão após Motta descartar análise do fim do foro privilegiado nesta semana.

Anistia, fim do foro, "adultização" e "total discordância" com Eduardo

Motta comentou pautas do momento na conversa com a GloboNews. Admitiu que Brasil vive instabilidade institucional e disse ver fim do foro com preocupação. O presidente da Câmara voltou a declarar que não vê ambiente para anistia "ampla, geral e irrestrita" a processados e condenados por atos golpistas do 8 de janeiro e explicou que pode prosperar uma proposta alternativa, com revisão de penas.

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"Um projeto auxiliar começou a ser discutido ainda no semestre passado. Eu não vejo dentro da Casa um ambiente para, por exemplo, anistiar quem planejou matar pessoas, não acho que tenha esse ambiente dentro da Casa", acrescentou.

O projeto de anistia também é tratado pela oposição como saída política para situação jurídica de Bolsonaro, prestes a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

Motta ainda falou sobre Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado que saiu do país em março para atuar nos Estados Unidos por sanções ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal da trama golpista na Corte, e trabalhar politicamente para ajudar o ex-presidente.

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O presidente da Câmara entende que Eduardo "cumpre papel de defender o pai dele". Mas fez críticas ao colega deputado: "Agora, quando parte para uma atuação contra o país que prejudica empresas, nossa economia, não acho razoável. Essa atitude, realmente, nós temos total discordância", falou, em referência ao tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Motta também falou que a Casa vai avançar em breve na análise de projetos contra "adultização" de crianças e adolescentes nas redes sociais. Esse debate foi despertado após vídeo do youtuber Felca que denunciou exploração de menores de idade por criadores de conteúdo na internet. "Não vamos tardar nessa resposta."

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