Lula minimiza apoio de Trump a Bolsonaro e diz que ex-presidente brasileiro não tem voto nos EUA
Com adversário inelegível, Lula foi questionado se vitória de Trump poderia mudar cenário no Brasil; presidente também falou sobre relação com republicano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou a proximidade entre Donald Trump, vitorioso nas eleições dos Estados Unidos, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula lembrou que os dois já eram próximos quando derrotou o adversário em 2022.
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Apesar de Bolsonaro estar inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, Lula foi questionado em entrevista à CNN Internacional sobre um eventual embate eleitoral entre os dois em 2026.
"Veja, o Bolsonaro era presidente e eu o derrotei. Se ele estava apoiando o Trump, ele não tem voto nos Estados Unidos, o Trump não teria ganho as eleições", disse Lula.
Lula ainda voltou a falar que espera ter uma relação "civilizada" com o Trump e mencionou sua experiência em que presidiu o Brasil ao mesmo tempo, em que outros presidentes norte-americanos, como os democratas Barack Obama e Joe Biden e também com o George W. Bush, do partido Republicano.
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"Eu tenho acompanhado as discussões americanas, eu tenho acompanhado os debates pela televisão. Eu acho que cada candidato estabelece uma estratégia para ganhar as eleições. E eu quero dizer claramente ao povo americano, eu terei com o presidente Trump uma relação de respeito como chefe do Estado brasileiro. E eu espero que ele tenha uma relação de respeito com o Brasil, como chefe do Estado americano", disse Lula.
"E eu tenho experiência, porque eu já tive uma belíssima relação com o Bush, quando eu tomei posse em 2003, dizia que eu ia ter dificuldade de ter relações com o Bush, e foi uma relação extraordinária. Eu tive uma boa relação com o Obama e tenho uma boa relação com o Presidente Biden, e essa relação deve continuar, porque dois chefes de Estado, embora eles possam ter divergência política e ideológica, quando eles se encontram, o que prevalece é o interesse do Estado, não o interesse pessoal", concluiu Lula.