Lula diz que vai disputar quarto mandato presidencial em 2026 e critica uso do dólar
Presidente defendeu comércio com moedas locais dos países; declaração foi dada ao lado do mandatário da Indonésia, Prabowo Subianto
Gabriela Vieira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (23) que pretende disputar um quarto mandato à Presidência da República nas eleições de 2026. Em discurso ao lado do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, em Jacarta, também criticou uso do dólar e defendeu comércio com moedas locais dos países.
"Eu vou completar 80 anos, mas pode ter certeza que eu estou com a mesma energia de quando eu tinha 30 anos de idade. E vou disputar um quarto mandato no Brasil. Meu mandato termina no final de 2026, mas nós estamos preparados para disputar outras eleições", afirmou.
O presidente voltou a defender multilateralismo em oposição ao protecionismo e afirmou que Brasil e Indonésia querem debater estabelecimento de comércio com as próprias moedas, sem uso do dólar.
"A Indonésia e o Brasil não querem uma Segunda Guerra Fria. Queremos comércio livre. E mais ainda: tanto Indonésia quanto Brasil têm interesse em discutir a possibilidade de comercialização entre nós dois com as nossas moedas", declarou.
O mandatário desembarcou em Jacarta nessa quarta (22). Em seguida, na sexta (24), ele segue para a Malásia, onde permanecerá até terça (28). Lula vai participar da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).
Há expectativa de encontro presencial com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no domingo (26), durante a cúpula. Apesar de reunião ainda não ter sido oficialmente confirmada, Lula tem espaço na agenda. Segundo a Casa Branca, o presidente norte-americano também está interessado em se reunir com o petista.
Em seus últimos discursos, Lula tem defendido o multilateralismo após relações conflituosas com os EUA, que impuseram sanções tarifárias aos produtos exportados brasileiros. Nesta quinta, ao lado de Prabowo Subianto, o presidente disse que "o século 21 exige que tenhamos a coragem que não tivemos no século 20".
"Exige que a gente mude a forma de agir comercialmente para não ficar dependente de ninguém. Queremos multilateralismo e não unilateralismo. Queremos democracia comercial e não protecionismo. Queremos crescer, gerar empregos de qualidade, porque foi para isso que fomos eleitos para representar o nosso povo", acrescentou.
Apesar de não citar diretamente Trump ou os EUA, o presidente brasileiro reclamou do atual cenário de "acirramento do protecionismo". "Nossos países têm plenas condições de mostrar ao mundo a capacidade de defender interesses econômicos com diálogo e respeito mútuo", disse.









