Lula atribui fraude no INSS a Bolsonaro e diz que não faz "piroctenia" do caso
Em visita à Rússia, o presidente afirmou que sua gestão está trabalhando para ressarcir os aposentados

SBT News
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atrelou a fraude no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) ao governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). Ele ainda disse que a demora na investigação do escândalo, suspeito de desviar R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas foir porque sua gestão não queria fazer "pirotecnia".
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“Tanto a CGU quanto a Polícia Federal foram a fundo para chegar no coração da quadrilha”, disse o presidente a jornalistas neste sábado em Moscou, em entrevista coletiva após a visita oficial à Rússia.
Complementou o petista: “Se tivesse feito um Carnaval um ano atrás, possivelmente teria parado no carnaval. Como acontece em todas as denúncias. Você faz um show de pirotecnia em uma semana, na outra semana sai da pirotecnia e esquece. Não! Nós resolvemos desmontar uma quadrilha que foi criada em 2019. É importante saber que uma quadrilha que foi criada em 2019. E vocês sabem quem governava o Brasil em 2019″.
O presidente afirmou que o governo está trabalhando para ressarcir as vítimas do golpe. “Devolver ou não vai depender de você constatar a quantidade de pessoas que foi enganada, a quantidade de pessoas que teve o seu nome numa lista sem que ele tivesse assinado. Porque aqueles que assinaram, autorizaram [os descontos das mensalidades]”, explicou.
Ainda chamou o caso de assalto aos aposentados. “O que eu acho mais grave, não foi dinheiro dos cofres públicos. Esse dinheiro estava no bolso do aposentado quando alguém pediu para descontar do salário dele. Então, o crime foi um assalto aos aposentados e pensionistas deste país. Eles não foram no cofre do INSS, eles foram no bolso do povo”, disse o mandatário.
Entenda
A cobrança em folha da mensalidade associativa é permitida desde 1991, quando entrou em vigor a Lei dos Benefícios da Previdência Social. É feita com base nos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) que o INSS assina com as entidades para as quais, posteriormente, repassa o valor deduzido das aposentadorias e pensões.
Indícios de ilegalidades levaram a PF e a CGU a deflagrar, no último dia 23, uma megaoperação para aprofundar as investigações sobre um esquema nacional de descontos não autorizados. Dois relatórios que a CGU divulgou nos últimos dias demonstram que o caso já vinha sendo apurado também no âmbito administrativo, pelo menos, desde o primeiro semestre de 2024.
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A Operação Sem Desconto resultou, de imediato, na exoneração do então presidente do INSS Alessandro Stefanutto, que foi substituído por Waller. Quatro dirigentes da autarquia e um policial federal lotado em São Paulo também foram cautelarmente afastados de suas funções. Poucos dias depois, o pedetista Carlos Lupi deixou o comando do Ministério da Previdência Social, ao qual o INSS está subordinado.
(Informações da Agência Brasil)