Lula afirma que golpistas do 8/1 ‘nem foram julgados e já querem anistia’
Presidente diz que é preciso apurar todas as denúncias e que um tempo na cadeia pode ajudar essas pessoas a aprender sobre a democracia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (27) que acusados de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro estão pedindo anistia antes de serem julgados. O pedido de perdão aos suspeitos é uma bandeira do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula comentou que, no passado, lutou pelo direito à anistia, mas acredita que discutir o tema, no momento, é precipitado. Segundo o presidente, é preciso que os processos e as investigações cheguem ao fim para, depois, debater a possibilidade de um perdão aos envolvidos na tentativa de golpe.
Ainda segundo o presidente, é necessário “dar a essas pessoas o que elas merecem”, pois um tempo na cadeia pode ajudá-las a aprender sobre a democracia.
“Não dá para precipitar essa discussão de anistia. Temos que terminar de uma vez por toda apurar todas as denúncias do 8 de janeiro e quando todo mundo estiver preso ou livre de processo você pode até perdoar pessoas presas há muito tempo. Eu passei parte da minha vida lutando pela anistia, eu não vou ser contra, mas nesse caso eles nem foram condenados ainda, a gente nem sabe todos aqueles que praticam o golpe. É preciso que a sociedade saiba quem é que tentou dar golpe neste país”, disse o presidente da República em entrevista à rádio Itatiaia.
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Lula ainda criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro ao falar que, quando assumiu a Presidência, o Brasil “parecia a Faixa de Gaza” e citou que instituições de governo estavam “totalmente destruídas”. O petista acredita que seu governo conseguiu melhorar as condições do país.
"Estamos em um momento extraordinário [...], nós avançamos muito. Se o povo soubesse como pegamos esse país, nós pegamos esse país como se fosse uma Faixa de Gaza, totalmente destruído. E estamos recuperando este país”, disse. “Não tinha Ministério indígena, da Cultura, da Pesca. Nós recompusemos os ministérios. Porque a Cultura é a coisa mais importante neste país. Um povo sem cultura não é povo, é rebanho”, disse.