Política

Líder do governo no Senado admite que fez acordo de procedimento em PL da Dosimetria

De acordo com Jaques Wagner, o governo mantém orientação contra o PL da Dosimetria e ele não poderia "empurrar com a barriga o que parece claro"

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Jaques Wagner | Agência Senado

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, admitiu a responsabilidade de buscar um acordo para aprovação do PL da Dosimetria, nesta quarta-feira (17). Wagner afirmou que optou sozinho por um acordo de procedimento e não mérito para destravar a votação do texto, sem consultar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da articulação política, Gleisi Hoffman. Wagner disse não ser uma pessoa que "empurra com a barriga aquilo que parece claro".

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“Não sou, talvez pela minha idade, pela minha experiência e pela minha vontade de fazer as coisas andarem e fazer mais pelo Brasil, alguém que se motive a empurrar com a barriga para depois aquilo que já está claro que vai acontecer e que ficou expresso nas votações, inclusive nos requerimentos aqui apresentados”, disse.

“Eu fiz isso sem consultar o presidente da República ou a ministra Gleisi, porque acho que quem está na política tem que ter coragem de se arriscar. Política sem risco não tem graça. Eu me arrisquei e não me arrependo de ter vindo aqui para fazer um acordo de procedimento, e não de mérito. No mérito, meu partido fechou questão contra essa matéria”, revelou.

De acordo com o líder, o governo mantém orientação contra o PL da Dosimetria, que deve ser votado nesta quarta-feira, em plenário. “Eu não considero menor o crime contra a democracia. O que nós vimos em 8 de janeiro de 2023 é muito grave”, disse.

Mais cedo, Wagner foi acusado pelo senador Renan Calheiros de procurá-lo para um acordo. Calheiros disse que não iria participar do que chamou de farsa.

Em resposta a Renan, Wagner negou ter estabelecido uma troca entre o PL da Dosimetria e a proposta que trata do aumento da tributação de bets.

Wagner disse ter conversado também com os senadores de oposição e declarados apoiadores do texto, Marco Rogério e Rogério Marinho. Com eles, o líder disse ter abordado o fato de que a nova lei funcione como uma proteção a quem decida atentar novamente contra a democracia.

“Fiz e faria de novo. Não negociei mérito, negociei procedimento; concordamos quanto ao procedimento. Até porque, eventualmente, o presidente Davi poderia levar a matéria ao plenário e, mesmo que isso ocorresse, Vossa Excelência teria esse direito — e eu agradeço a Vossa Excelência por isso”.

“Para deixar claro: se há culpa — e eu detesto essa palavra, prefiro “responsabilidade” —, a responsabilidade é minha. Fui eu que vim aqui e o chamei, assim como chamei o senador Renan, para dizer que estava adotando essa postura, e lhe pedi”, completou.

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