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Política

Ibaneis articula grupo de governadores para pressionar EUA sobre tarifaço

Com exportações já afetadas, grupo pode ir a Washington enquanto governo federal elabora pacote emergencial

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Vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Alckmin (PSB), e governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), fizeram reunião nesta segunda (28), a poucos dias de início do tarifaço | Divulgação/Renato Alves/Agência Brasília
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Diante da proximidade da entrada em vigor das novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo Lula (PT) e lideranças estaduais intensificaram as articulações em busca de uma resposta coordenada. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), participou, nesta segunda-feira (28), de uma reunião com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB). Segundo ele, há preocupação crescente entre os governadores e a avaliação de que é preciso uma atuação coletiva.

As medidas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, estão previstas para começar a valer nesta sexta-feira (1º) e já provocam efeitos diretos sobre as exportações nacionais.

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"Isoladamente, os governadores não conseguem negociar. Estamos tratando de temas que unam os estados", disse Ibaneis. Há a expectativa de formar uma comitiva de chefes de Executivo estaduais para ir até Washington pressionar por uma solução. "Pode se formar um grupo de governadores para ir para Washington e trabalhar lá dentro."

O governador relatou que muitos embarques de produtos brasileiros já foram cancelados. "No Piauí, por exemplo, o mel de abelha teve que retornar ao estado porque não conseguiu ser exportado."

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Segundo ele, a reunião com Alckmin foi produtiva, e o vice recebeu bem o convite para participar de um encontro do Fórum de Governadores, que deve acontecer ainda nesta semana. "A expectativa é que seja antes de sexta-feira. Estamos à disposição para fazer essa reunião."

Enquanto os estados se articulam, o governo federal acelera a elaboração de um plano de contingência. Diante do impasse nas negociações com Washington, a estratégia emergencial deve incluir crédito subsidiado, compras públicas de produtos afetados e até a criação de um fundo privado temporário para apoiar empresas prejudicadas.

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Apesar de esforços diplomáticos, como a conversa recente entre Alckmin e o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, o Planalto ainda não conseguiu abrir um canal direto com o círculo próximo de Trump. A expectativa é que o presidente Lula receba nos próximos dias a versão final do plano de resposta preparado pela equipe econômica e comercial do governo.

A Câmara de Comércio Brasil-EUA também está trabalhando junto a empresários americanos para tentar frear a escalada protecionista. No Congresso, parlamentares da base do governo pressionam por uma reação mais firme.

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